Se és capaz de manter a tua calma
Quando todo mundo ao redor já perdeu e te culpa.
De crer em ti quando todos estão duvidando
E para esses no entanto achar uma desculpa...
Se és capaz de esperar sem te desesperares
Ou enganado, não mentir ao mentiroso.
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares
E não parecer bom demais nem pretensioso...
Se és capaz de pensar - sem que a isso SÓ te atires
De sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores
Se encontrando a desgraça e o triunfo
Conseguir tratar da mesma forma esses dois impostores...
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas
Em armadilhas as verdades que dissestes
E as coisas porque destes a vida, estraçalhadas
E refazê-las com o bem pouco que te resta...
Se és capaz de arriscar numa única parada
Tudo o quanto ganhastes em toda a tua vida
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada
Resignado, voltar ao ponto de partido
De forçar coração; nervos; músculos
Tudo a dar seja o que for que neles ainda existe
E persistir assim quando, exaustos
Contudo resta a VONTADE em ti que ainda ordena:
- "Persiste"!
Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes
E entre reis não perder a naturalidade
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes
Se a todos podes ser de alguma utilidade
E se és capaz de dar, segundo por segundo
Ao minuto fatal que todo o valor e brilho
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo
E, o que mais...
TU SERÁS UM HOMEM, MEU FILHO!
Rudyard Kipling
Boas noites.
Foi um privilégio ter estado com vocês!