terça-feira, 7 de maio de 2013

Porto Alegre/RS: 'Saio da política', diz ex-secretário após deixar prisão em Porto Alegre


07/05/2013 09h47 - Atualizado em 07/05/2013 10h06

Luiz Fernando Záchia é um dos investigados pela Polícia Federal.

Operação Concutare descobriu fraudes em licenças ambientais.

Do G1 RS
1 comentário
Luiz Fernando Záchia diz que larcou a política (Foto: Samuel Maciel/Arquivo, PMPA)Luiz Fernando Záchia diz que larcou a política
(Foto: Samuel Maciel/Arquivo, PMPA)
Liberado no início da noite de sexta-feira (3), com os outros detidos que seguiram durante cinco dias no Presídio Central, em Porto Alegre, o ex-secretário municipal do Meio Ambiente Luiz Fernando Záchia admite deixar a política após ser envolvido em investigação da Operação Concutare, da Polícia Federal, sobre fraude em concessão de licenças ambientais no Rio Grande do Sul. Ele diz que foi levado para a prisão sem saber o motivo.
"Isso deixa uma cicatriz muito grande. Com absoluta convicção saio da política. A experiência foi muito boa, gratificante, mas agora é bola ao centro. Vamos reconstruir", disse Záchia em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta terça-feira (7).
Dezoito suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção foram presos no dia 29 de abril. Durante os cinco dias de prisão temporária, oito foram liberados, e outros 10 investigados saíram do Presídio Central após a juíza Karine da Silva Cordeiro, da 1ª Vara Federal Criminal de Porto Alegre, contrariar o parecer do Ministério Público Federal (MPF) ao pedido de prorrogação feito pela PF. Ela considerou que não havia motivos para a manutenção das prisões.
Afastado pelo prefeito José Fortunati do cargo, Záchia foi substituído pelo procurador-geral adjunto Marcelo Kruel Milano do Canto, que assumiu interinamente a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam).
Záchia diz que ainda não conversou com o prefeito, mas sim com o vice, Sebastião Melo, que também é seu amigo. O ex-secretário afirmou que não há irregularidades na Smam. "Digo com muita tranquilidade. Nada. Tem dificuldades, isso tem. Temos três geólogos, em um departamento que tem intensidade de trabalho, por exemplo", ressaltou.
O principal motivo para deixar a política, segundo ele, foi a forma como sua família foi envolvida. "As pessoas entraram aqui, remexeram em minhas coisas. Não questiono a atividade da polícia, tinha uma ordem, e vieram com absoluto cuidado e educação. Mas é uma invasão a uma casa, a uma vida. Isso tem um custo familiar muito grande. e eu não estivesse na política isso não ocorreria. Será que havia necessidade? Não pertenço a uma máfia", desabafou.
Nesta semana, a PF intensificou os depoimentos. Entre suspeitos e testemunhas, cerca de 70 pessoas devem ser ouvidas, segundo os delegados. Com a chegada de especialistas, começará também a perícia em empreendimentos. A intenção é saber o tamanho do dano que a fraude pode ter causado ao meio ambiente. Uma equipe de 10 especialistas de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás, começou a trabalhar na segunda-feira (6) no estado.
A PF também informou que 22 pessoas já foram indiciadas por participação na fraude ambiental. O delegado Cardoso, no entanto, diz que esse número deve chegar próximo de 50. A PF espera concluir as investigações até o dia 25 de maio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário