30/12/2011 17h01
- Atualizado em
30/12/2011 22h09
Tradição é ir à Colina, vestido de branco e assistir missa na Igreja do Bonfim.
Devotos do Candomblé reverenciam à Oxalá no sincretismo religioso.

Igreja do Senhor do Bonfim na última sexta-feira do ano. (Foto: Lílian Marques/ G1)
É tradição na capital baiana que os devotos vistam branco nas
sextas-feiras e não seria diferente na última do ano. Centenas de fiéis
subiram a Colina Sagrada, em Salvador, nesta sexta-feira (30), vestidos
de branco para fazer agradecimentos, pedidos e orações, ao Senhor do
Bonfim, santo mais famoso da Bahia.

Família vai a igreja, pede paz e agradece por 2011.
(Foto: Lílian Marques/ G1)
Desde as 5h da manhã os fiéis lotaram as missas e o entorno da Igreja
que ficou cheia de devotos. Alguns fiéis não conseguiram entrar no
santuário e acompanharam as orações do lado de fora, onde eles
aproveitavam para fazer os pedidos, amarrando as tradicionais fitinhas
nas grades da igreja. O diácono Carlos Augusto benzeu fiéis na escadaria
da igreja.
Foi deste local que a professora Marinalva Duarte, devota desde
criança, acompanhou a missa. Ela foi à igreja com a filha Fernanda
Duarte e a neta Ana Luiza, de apenas seis meses. As três seguiram a
tradição e foram prestar as homenagens a Senhor do Bonfim vestidas de
branco.
“Nós estamos aqui para agradecer os 364 dias que ele nos concedeu em
2011 e pedir força, vida e paz para 2012. Também vim pagar a promessa
por ele ter me dado a minha neta Luiza, e por ela ter saúde nesses seis
meses”, conta.
Na praça que fica em frente a Igreja, pais e mães de santo
reverenciaram Oxalá, que no sincretismo religioso é representado por
Senhor do Bonfim. “Oxalá é o pai de todos, o orixá mais importante. Ele
rege a paz e a sua cor é o branco, toda sexta-feira é dedicada a ele”,
explica a mãe-de-santo Vera Lúcia.

Fitas do Bonfim são amarradas por fiéis com pedidos. (Foto: Lílian Marques/ G1)
Comércio

O dia também é de festa para os vendedores que trabalham na localidade.
Fitinhas do Bonfim, chaveiros, colares, búzios, e até chapéu de praia
são opção para quem quer registrar a devoção nas grades da igreja ou
levar alguma lembrança.
Muitas pessoas que trabalham no local também são fiéis, como dona Maria Conceição, que tem 67 anos e há 40 trabalha na frente da igreja.
“Já vendi espiga de milho aqui, mas há 15 anos trabalho com as fitinhas de Senhor do Bonfim. Essa é a melhor época, quando tem mais movimento, dá para vender bem. Todos os dias passo na igreja quando chego e quando vou embora para pedir um bom dia de trabalho e depois para agradecer. Esse ano já pedi muita coisa boa e sei que ele não vai me negar”, revela.
Muitas pessoas que trabalham no local também são fiéis, como dona Maria Conceição, que tem 67 anos e há 40 trabalha na frente da igreja.
“Já vendi espiga de milho aqui, mas há 15 anos trabalho com as fitinhas de Senhor do Bonfim. Essa é a melhor época, quando tem mais movimento, dá para vender bem. Todos os dias passo na igreja quando chego e quando vou embora para pedir um bom dia de trabalho e depois para agradecer. Esse ano já pedi muita coisa boa e sei que ele não vai me negar”, revela.
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