30/12/2011 19h40
- Atualizado em
30/12/2011 19h40
Em Deraa, berço do movimento de protesto, cinco morreram.
Além de Deraa, monitores da Liga Árabe estiveram em Idleb, Hama, Homs.
As cidades sírias visitadas pelos observadores da Liga Árabe voltaram a
ser palco de manifestações nesta sexta-feira (30), e a presença deles
não impediu que as forças de segurança agissem com mão de ferro - pelo
menos 27 pessoas foram mortas.

Os observadores da Liga Árabe estiveram em Idleb (nordeste), Hama
(norte), Homs (centro) e Deraa (sul), segundo o Observatório Sírio dos
Direitos Humanos (OSDH), que denunciou as mortes de civis.
Em Deraa, berço do movimento de protesto, cinco manifestantes morreram,
vítimas de disparos feitos pelas forças de segurança, enquanto em Hama
ao menos cinco civis morreram e cerca de 20 ficaram feridos.
Em Homs, onde ocorreram grandes manifestações, reprimidas pelo
exército, foram encontrados os corpos de cinco pessoas que tinham sido
detidas na noite de quinta-feira pelas forças de segurança, enquanto um
sexto civil, ferido na manhã desta sexta-feira, faleceu logo depois.
Em Idleb, dois manifestantes perderam a vida e 37 ficaram feridos pelas forças de segurança.
Pelo menos 25 pessoas ficaram feridas quando as forças de segurança
dispararam para impedir que os manifestantes entrassem na praça Hanano,
quando a missão árabe já havia abandonado o setor, assegurou a fonte.
Na região de Homs, dois civis e dois soldados dissidentes e cinco
membros das forças de segurança morreram durante uma emboscada perto da
cidade de Tal Kalaj, junto à fronteira libanesa, segundo o OSDH.
As forças de segurança também abriram fogo contra manifestantes em
Damasco, onde realizaram detenções quando os fiéis saíam das mesquitas.
Segundo o OSDH, mais de 250 mil opositores se reuniram em dezenas de
localidades da província de Idleb, sobretudo na cidade de Idleb, Marat
al Noman, Jan Sheijun e Saraqeb.
Nessas duas últimas cidades, o exército retirou os tanques diante da
visita prevista dos observadores da Liga Árabe, assegurou o OSDH, que
tem sua base no Reino Unido.
Em Duma, junto à capital, onde estavam os observadores, mais de 60 mil
pessoas protestaram; segundo a organização, as forças de segurança
utilizaram bombas com pregos e gás lacrimogêneo para dissipar os
manifestantes, ferindo ao menos 24 pessoas.
Em Alep (norte), cidade pouco afetada pelo movimento de protesto,
partidários do regime "reprimiram com violência" uma manifestação no
bairro de Salahedin.
Na quinta-feira, as forças de segurança mataram ao menos 25 pessoas,
enquanto os observadores estavam em Hama, Idleb, Homs, Deraa e Duma.
"Queremos pedir uma diferenciação entre as palavras assassino e vítima.
Nossa revolução, que começou há nove meses, é pacífica", disseram aos
observadores os opositores em sua página do Facebook, Syrian Revolution
2011.
Desde a chegada na segunda-feira da missão da Liga Árabe, "130 civis,
entre eles seis crianças, morreram", lamentaram os Comitês Locais de
Coordenação (LCC) da revolta, enquanto a ONU contabiliza 5 mil falecidos
desde o início da repressão, em março.
Apesar de duvidar da eficácia da missão, os opositores sírios
consideram que a presença dos especialistas "oferece de alguma forma uma
proteção" aos manifestantes.
Os Estados Unidos disseram nesta sexta-feira que a presença dos
observadores na Síria é útil, apesar de a "violência perdurar", enquanto
a França acredita que ainda é cedo para se pronunciar sobre os
resultados da missão.
A Rússia, aliada da Síria, mostrou-se "satisfeita" pelo início da missão, que recebeu a aprovação da China.
A missão de especialistas faz parte de um plano árabe aceito pela Síria
para conseguir o final da repressão nas cidades e distritos opositores
ao regime, assim como a libertação dos detidos e a livre circulação no
país de observadores, além da liberdade dos meios de comunicação.
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