31/01/2012 09h43
                  - Atualizado em
                  31/01/2012 09h43
               
            
Cozinheira perdeu globo ocular após receber golpe de um policial da capital.
Após oito dias, polícia abre inquérito e responsável pode ser punido.

 Após oito dias, a Polícia Militar  de Salvador abriu um inquérito para 
apurar a denúncia de agressão de um PM a uma cozinheira, no dia 22 de 
janeiro, durante o show do Olodum, no Pelourinho. Na ocasião,
 Almerinda Neves, 34 anos, estava no público do evento quando um dos 
policiais militares que faziam a segurança no local deferiu golpes de 
bastão no meio do público e um deles atingiu a cozinheira, que foi 
socorrida por populares.
 Almerinda acordou dois dias depois, após ser transferida do Hospital 
Geral do Estado para o Hospital do Subúrbio. No hospital ela soube que 
havia perdido o globo ocular do olho esquerdo.  Em depoimento, a 
cozinheira contou que ainda está se acostumando a enxergar somente com 
um dos olhos. "Eu ainda fico em dificuldade, fico vendo embaçado, a 
claridade ainda incomoda. Muito doloroso", diz. Almerinda conta também 
sobre a preocupação com o futuro seu e do seu filho de 12 anos. "Eu 
dependo do meu trabalho para sustentar o meu filho. Só o senhor meu Deus
 para dizer se poderei voltar a trabalhar ou não", lamenta.
 A Polícia Militar informou que 150 agentes trabalhavam no show e que um
 inquérito foi aberto para investigar o caso. “Vamos verificar 
efetivamente o policial militar que tenha cometido essa possível 
infração e, uma vez identificado, abriremos um processo administrativo 
disciplinar através de nossa Corregedoria. O policial militar, sendo 
realmente o acusado identificado, será punido disciplinarmente pela PM e
 pode chegar ser demitido da corporação”, afirma o coordenador de 
Planejamento de Operações do 18° Batalhão da PM, Adilson Santana.
 Agressão ocorreu em show no Pelourinho (Foto: Reprodução/ TV Bahia)
Agressão ocorreu em show no Pelourinho (Foto: Reprodução/ TV Bahia)
 Almerinda foi à corregedoria da PM, na Pituba, para solicitar o 
reconhecimento do agressor. "Após confirmada a autoria do policial 
agressor, vamos entrar com uma ação cível de danos", explica José Santos
 Silva, advogado da cozinheira.
 "Eu espero que ele pague pelo que fez. Eu sou uma pessoa que trabalho, 
sempre tive minha vida. Agora dependo de familiares. Então ele vai ter 
que pagar, até mesmo com indenização. Não sei como vai ficar minha vida 
daqui para frente. Eu estava muito feliz nesse dia, aí acabou minha 
felicidade em tristeza. Uma tristeza dolorosa. Quandi me olho no espelho
 dói muito", conta, emocionada.
 
 
 
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