09/01/2012 21h02
- Atualizado em
09/01/2012 21h02
Segundo prefeito, equipe vai continuar trabalhando durante a madrugada.
Caminhoneiro de 46 anos busca por mãe, irmã, cunhado e sobrinha.

Para o prefeito de Sapucaia, no Centro-Sul Fluminense,
Anderson Zanon, que acompanha as buscas nos escombros desde as 5h desta
segunda-feira (9), após deslizamento de terra que atingiu pelo menos
oito casas, os soterrados que estão desaparecidos não devem ser
encontrados com vida.
"Não há esperanças de achar nenhum vivo. Vamos continuar trabalhando
durante toda a noite e a madrugada e só vamos parar quando a chuva não
permitir mais trabalhar", disse o prefeito ao G1 na noite desta segunda-feira.
Equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros já instalaram
iluminação artificial no local para que as buscas continuem durante a
madrugada. O prefeito não soube precisar quantos corpos ainda faltam
encontrar, porque segundo ele, há um Fusca soterrado que teria uma
família dentro.

Na Rua Marechal Floriano Peixoto, onde houve o deslizamento,
cerca de 30 casas foram interditadas. Dos cerca de 100 moradores
retirados, metade está num Ciep próximo à região e a outra metade foi
para casas de parentes.
De acordo com o prefeito, as casas da região são imóveis antigos com mais de 50 anos.
"O distrito de Jamapará é uma área de risco, montanhosa. E essa parte é
de ocupação antiga, a gente não tinha previsão de acontecer
deslizamento nesse local", disse Zanon.
Ajuda financeira
O prefeito ainda informou que na madrugada desta terça-feira (10), um
caminhão seguirá de Sapucaia para o Rio de Janeiro para buscar
colchonetes, cestas básicas e medicamentos doados ao governo do estado.
Ele também disse que pretende pedir ajuda financeira ao governador
Sérgio Cabral para construir cerca de 50 casas para as pessoas que foram
removidas do local onde houve o deslizamento.
"A ideia é tirar essas pessoas daqui. Elas não podem voltar, mas não
temos recursos para construir casas populares. Vamos pedir ajuda ao
governador e também ao vice-governador do Rio de Janeiro", concluiu o
prefeito Anderson Zanon.
Caminhoneiro busca por 4 parentes

Márcia (à direita) está hospedada na casa da mãe
e Beatriz (à esquerda) disse que tinha medo de
queda de barreiras (Foto: Carolina Lauriano/G1)
O motorista de caminhão Carlos José Nascimento Gomes de 46 anos está
desde as 4h desta segunda-feira (9) no local onde houve o deslizamento
de oito casas em Jamapará, ajudando nas buscas de 4 parentes: a mãe, a
irmã, o cunhado e a sobrinha.
A mulher do caminhoneiro, Márcia Lemos Gomes, disse que o marido está
muito impressionado com toda a situação. “Meu marido está muito abalado,
está ajudando os bombeiros desde as 4h e não saiu daí ainda. Além dos
parentes, todos eram conhecidos dele”, disse a dona de casa.
Ela também contou que mora na beira do Rio Paraíba do Sul e por volta
das 3h começou a retirar as coisas da sua casa em virtude das enchentes
do Rio.
"O Rio começou a entrar na minha casa e por volta das 4h teve o
deslizamento. O pessoal desceu e começou a pedir ajudar. Foi um barulho
enorme, todos gritando e pedindo socorro”, contou Márcia.
Segundo ela, seus dois primos conseguiram ser resgatados com vida.
Até o
momento não há notícias sobre os quatro parentes do marido.
“Pela
situação, não sobrou nada. A casa da minha sogra era a mais alta e foi a
primeira a ser atingida, disse.
Hospedada na casa da mãe
A
dona de casa também contou que está hospedada na casa da mãe, enquanto o
rio não desce. "Enchentes sempre têm nesta época do ano, mas tragédia
assim é a primeira vez", concluiu Márcia Gomes.
Amiga de Márcia, a também dona de casa Beatriz Tatagibe contou que a
casa dos pais da madrinha da sua filha ficou completamente destruída no
deslizamento.
"Aqui todos são conhecidos. A gente tinha medo de descer barreira, mas descer pedra, a gente não esperava", contou Beatriz.
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