10/02/2012 17h27
- Atualizado em
10/02/2012 17h39
TJ não libera verba de alimentação para audiências de julgamento.
Réus e agentes de escolta receberam sanduíche como almoço.

Réus julgados em Mairinque tiveram o almoço
bancado pelo juiz (Foto: Mayco Geretti / G1)
O juiz Flávio Roberto de Carvalho, da 1ª Vara de Mairinque,
no interior de São Paulo, teve de colocar literalmente a mão no bolso
durante o julgamento de 38 pessoas acusadas por tráfico de drogas que
está sendo realizado no Fórum da cidade nesta sexta-feria (10).
Sem receber verba do Estado para a alimentação dos réus e do pessoal que realizou a escolta dos presos, que estavam presos em quatro cidades diferentes, o juiz decidiu bancar lanches com queijo e presunto para todos com seu próprio dinheiro.
Segundo advogados dos presos, o próprio juiz informou, antes de
anunciar a pausa para almoço, que pagaria pela refeição. A assessoria de
imprensa do Tribunal de Justiça informou que só há orçamento para
refeições em caso de Tribunal do Júri. Neste tipo de audiência de
julgamento, como a que ocorre em Mairinque, não há verba prevista.
Segundo o TJ, isso se deve ao fato de audiências dessa natureza serem
mais rápidas, em casos normais. O julgamento desta sexta-feira, porém,
foi iniciado por volta das 10h e, segundo as previsões mais otimistas,
se estenderá até as 23h, pelo menos.
Não foi informado o valor gasto pelo juiz com as lanches que foram consumidos durante a pausa de 45 minutos para almoço.
Entenda o julgamento
Os 38 réus já estavam detidos mediante mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça de Mairinque. Eles foram presos entre maio e dezembro de 2011 em Mairinque, São Paulo e na região de Sorocaba.
Os 38 réus já estavam detidos mediante mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça de Mairinque. Eles foram presos entre maio e dezembro de 2011 em Mairinque, São Paulo e na região de Sorocaba.
Segundo a investigação da polícia, a quadrilha pretendia formar um
cartel que dominasse o tráfico de drogas ao longo das cidades cortadas
pela rodovia Raposo Tavares (SP-270), que liga São Paulo à região oeste
do Estado.
O julgamento provocou um reforço na segurança da cidade, que tem cerca
de 45 mil habitantes. Como os réus integram uma facção criminosa que age
dentro e fora dos presídios e entre os presos há lideranças desse
grupo, havia o temor de que pudesse haver uma tentativa de resgate de
presos planejada pelo crime organizado.
O excesso de movimento provocou irritação em alguns moradores,
que tiveram seu trajeto rotineiro prejudicado, e chamou a anteção de
outros, que se assustam com o grande movimento de carros de polícia nos
arredores do Fórum, no centro da cidade.
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