terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Santa Maria/RS: 'Clima no hospital é de guerra', diz estudante de medicina sobre tragédia


28/01/2013 12h31 - Atualizado em 28/01/2013 13h25

Ele faz medicina e trabalha em hospital que atendeu vítimas da tragédia. 

Estudante de Neves Paulista já esteve na boate de Santa Maria.

Do G1 Rio Preto e Araçatuba
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Um estudante de medicina do noroeste paulista, que faz o curso em uma faculdade em Santa Maria (RS) participa do atendimento às vítimas da tragédia na boate Kiss, que matou 231 pessoas na madrugada deste domingo (27). Nemer Finotelo é de Neves Paulista (SP), estuda e faz residência em um hospital em Santa Maria. Segundo o estudante,  a situação só começou a normalizar na manhã desta segunda-feira (28). “O Pronto-Socorro não é tão grande, chegava gente toda hora e tinham de abrir mais salas para atendimento. Agora temos muitas doenças respiratórias que podem surgir, principalmente para os moradores daquela região, como pneumonia. O clima no hospital é de guerra”, diz Finotelo.
O estudante afirma que havia um amigo de sua turma da faculdade na boate e que, por sorte, saiu 10 minutos antes do incêndio começar. “Ele saiu antes do fogo começar, graças a Deus não aconteceu nada com ele. A boate só tinha uma porta de entrada e saída, e muito pequena também”, conta.
Ele contou que já esteve na boate diversas vezes e que realmente se preocupava com o fato de o local ter apenas uma saída.  “Já fui várias vezes na boate, era bonita, mas bem fechada. Porta tem apenas uma mesmo e eu sempre achei isso estranho”, afirma o estudante.
Incêndio
O incêndio começou por volta das 2h30 de domingo, durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que utilizou sinalizadores para uma espécie de show pirotécnico. Segundo relatos de testemunhas, faíscas de um equipamento conhecido como "sputnik" atingiram a espuma do isolamento acústico, no teto da boate, dando início ao fogo, que se espalhou pelo estabelecimento em poucos minutos.
O incêndio provocou pânico e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência. A festa "Agromerados" reunia estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, dos cursos de pedagogia, agronomia, medicina veterinária, zootecnia e dois cursos técnicos.
Pelo menos 101 das vítimas identificadas eram estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, segundo informou a instituição em sua página na internet.
O comandante do Corpo de Bombeiros da região central do Rio Grande do Sul, tenente-coronel Moisés da Silva Fuch, disse que o alvará de funcionamento da boate estava vencido desde agosto do ano passado.
Por meio dos seus advogados, a boate Kiss se pronunciou sobre a tragédia. A direção do estabelecimento classificou o ocorrido como uma "fatalidade", afirmou que a empresa está em "situação regular" e à disposição das autoridades. A nota foi emitida pelo grupo de advogados associados Kümmel & Kümmel, que representa os proprietários da boate.
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