quinta-feira, 30 de maio de 2013

Região Central/RS: TEMPORAL Vendaval que destrói e fecha até rodovia

Casas destelhadas, milhares de pessoas sem energia elétrica, árvores que bloquearam uma rodovia federal, alunos sem aula e ruas que se transformaram em rios. Estes são alguns dos estragos deixados pelo vendaval e pela chuva de ontem que duraram cerca de 20 minutos em pelo menos quatro cidades da Região Central.



Em São Vicente do Sul, um agricultor teria morrido em decorrência do pavor com o vendaval, pelo menos duas ficaram feridas e algumas precisaram de atendimento médico no município e em Dilermando de Aguiar. Em Santa Maria, semáforos pifaram, o trânsito ficou caótico. A ligação da cidade com São Sepé, na BR-392, ficou quatro horas interrompida. Em Tupanciretã, onde ocorre a 38ª Expotupã, os ventos danificaram pelo menos cinco estandes.

Passava das 9h de ontem em São Vicente, quando um forte vento levantou o telhado e a casa do agricultor Francisco Keller Rumpel, 62 anos, começou a desabar. Segundo Almiro Teixeira da Silva, 60 anos, vizinho de Rumpel, o amigo se assustou, começou a passar mal, e foi até a casa dele pedir ajuda. Foi chamado outro vizinho, Luís Silva dos Santos, 48 anos, que tem carro, para levar Rumpel a um hospital. O agricultor não resistiu e morreu no caminho.

– Rumpel ficou muito nervoso porque viu a casa que construiu com tanta dificuldade desabando – lamenta Santos.

– Vão os anéis e ficam os dedos. No fim, foi a vida dele – complementa, desolado, Silva.

Além disso, a cidade toda ficou sem comunicação por telefone. São Vicente seguia sem luz e sem poder fazer ligações até o fechamento desta edição.

Distrito de Santa Flora foi arrasado pela tempestade
 

No distrito de Santa Flora, em Santa Maria, os danos também foram enormes e imensuráveis até a noite de ontem. A estrada de chão que dá acesso ao distrito ficou interditada em pelo menos cinco quilômetros devido à queda de árvores. O cenário era de destruição. Carros, caminhões e pessoas circulavam entre as árvores.

Na localidade de Colônia Pinheiro, já em Santa Flora, não teve sequer uma propriedade rural que não tenha sido danificada. As árvores, algumas centenárias, sucumbiram com a força dos ventos. Centenas delas podiam ser vistas campo afora e pelas estradas. Logo na entrada do distrito, os zincos que cobriam um galpão estavam espalhados pelo campo, as vigas que sustentavam a estrutura destruídas pelo chão, e os tijolos quebrados indicavam o que havia acontecido.

– Nunca vi algo assim em meus quase 50 anos. Foi assustador – afirma Sadi Querobim, que via o galpão destruído e estimava o prejuízo em cerca de R$ 100 mil.

No início do dia, segundo a AES Sul, pelo menos 77 mil pessoas estavam sem luz. Até o fechamento desta edição, o número havia baixado para 37 mil às escuras.

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