quarta-feira, 30 de março de 2016

Professor Zé Rilho (Filosofia / Sociologia): PRÉ-SOCRATAS

Professor Zé Rilho (Sociologia / Filosofia)

Os primeiros filósofos recebem a denominação de pré-socratas, em outras palavras, são aqueles homens que iniciam a atividade reflexiva antes dos questionamentos de Sócrates. Esta denominação tanto serve para determinar o período filosófico como também para marcar o tipo de pensamento encontrado nesta época.

São características deste momento:

• A compreensão da natureza, da origem do mundo e de todas as coisas. A tentativa de explicar o mundo através da cosmologia;

• A negação do mito, ou seja, da cosmogonia. O mito é traço marcante da cultura e base de todo o conhecimento. Abandonar o mito é atividade questionável e penosa, pois, colocava em jogo a racionalidade humana frente à religiosidade humana;

• Explicação racional do mundo;

• Solução dos problemas entre realidade e a aparência, ou seja, entre o mundo e Deus.

Estas são características comuns do pensamento pré-socrático, porém os pensadores tinham visões diferentes do mundo e sempre abordavam de pontos de vista diversos.

Cosmogonia - A palavra Cosmogonia vem do grego κοσμογονία; κόσμος "universo" e - γονία "nascimento". É o termo que abrange todas as teorias das origens do universo, sendo elas religiosas, científicas e mitológicas.

Cosmologia - é a ciência que estuda a estrutura e evolução do Universo. O uso do método científico, baseado em um conjunto de observações que resultam em um modelo capaz de fazer previsões que podem ser testadas experimentalmente.

Os principais representantes foram:

Tales de Mileto (624-548 a.C.) "Água”.

Tales de Mileto, fenício de origem, é considerado o fundador da escola jônica. É o mais antigo filósofo grego. Tales não deixou nada escrito, mas sabemos que ele ensinava ser a água a substância única de todas as coisas. A terra era concebida como um disco boiando sobre a água, no oceano. Cultivou também as matemáticas e a astronomia, predizendo, pela primeira vez, entre os gregos, os eclipses do sol e da lua. Segundo Tales, a água, ao se resfriar, torna-se densa e dá origem a terra; ao se aquecer transforma-se em vapor e ar, que retornam como chuva quando novamente esfriados. Desse ciclo de seu movimento (vapor, chuva, rio, mar, terra) nascem as diversas formas de vida, vegetal e animal.

Anaximandro de Mileto (611-547 a.C.) "Ápeiron”.

Anaximandro de Mileto, geógrafo, matemático, astrônomo e político, discípulo e sucessor de Tales e autor de um tratado Da Natureza, põe como princípio universal uma substância indefinida, o ápeiron (ilimitado), isto é, quantitativamente infinita e qualitativamente indeterminada. Deste ápeiron (ilimitado) primitivo, dotado de vida e imortalidade, por um processo de separação ou "segregação" derivam os diferentes corpos. Para ele, o princípio da "physis" (natureza) é o ápeiron (ilimitado). Atribui-se a Anaximandro a confecção de um mapa do mundo habitado, a introdução na Grécia do uso do gnômon (relógio de sol) e a medição das distâncias entre as estrelas e o cálculo de sua magnitude (é o iniciador da astronomia grega).

Anaxímenes de Mileto (588-524 a.C.) "Ar"

Segundo Anaxímenes, a arkhé (princípio) que comanda o mundo é o ar, um elemento não tão abstrato como o ápeiron, nem palpável demais como a água. Tudo provém do ar, através de seus movimentos: o ar é respiração e é vida; o fogo é o ar rarefeito; a água, a terra, a pedra são formas cada vez mais condensadas do ar. As diversas coisas que existem, mesmo apresentando qualidades diferentes entre si, reduzem-se a variações quantitativas (mais raro, mais denso) desse athomo onde a partícula a representa a negação e thomos representa parte, chegamos, portanto ao conceito de átomo que seria a menor parte da matéria, indivisível e presente em todos os corpos.

As diversas explicações desenvolvidas pelos pensadores pré-socratas muitas vezes não chegam a soluções definitivas, são aporias (pensamento que não possui resposta) e levam a confusão, pois devem ser analisadas dentro de um contexto.

A partir do séc. V a.C. ocorre a consolidação da democracia grega em Athenas e com isso o eixo do pensamento não gira mais em torno da natureza e sim do homem e suas relações. A esse segundo momento da filosofia clássica dá-se o nome de período sistemático.

A preocupação deste momento é organizar todo o conhecimento desenvolvido até agora.

Até a próxima aula!

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