sexta-feira, 22 de abril de 2016

C.A.P's (Cursos Abertos Profissionalizantes): LOGÍSTICA: 7.3 - EMBALAGEM



INTRODUÇÃO

A embalagem como ciência tem atingido, nos últimos anos, um grau de desenvolvimento bastante significativo, querem em materiais alternativos, novas concepções de embalagens e sistemas de embalamento. A tecnologia da embalagem é bastante ativa e diversificada.

A embalagem deve assegurar aos produtos competitividade e integridade a custos compatíveis. Na logística, tem fundamental importância ao dar proteção aos insumos e produtos contra os tipos de agressões que poderão sofrer durante as etapas de manuseio, movimentação, armazenagem e transporte, bem como na otimização dos espaços em armazéns e do transporte.

Estatísticas mostram que 70% das perdas de produtos são caracterizadas por embalagens inadequadas ou mal projetadas.

A influência da embalagem na estrutura de custos do produto será alterada em relação ao tipo do mesmo. Freqüentemente, a embalagem é responsabilizada pelo encarecimento dos produtos industrializados, sem se levar em conta que ela contribui para a redução de perdas dentro do ciclo de distribuição.

CONCEITUAÇÃO

“Embalagem é o elemento que protege o conteúdo durante a movimentação, a armazenagem e o transporte, assegurando sua qualidade inicial até o
consumidor final, pelo mínimo custo.”

A embalagem possui as seguintes funções, as quais são intimamente interligadas:

Função acondicionamento. Acondicionar, empacotar, ou seja, acondicionar o produto em um recipiente. Ex.: leite longa vida, refrigerante, etc.

Função protetora. Está associada à condição de manutenção das características e qualidades do produto durante o ciclo de distribuição (desde a embalagem até o consumidor final). Dentro desta função, devem ser observadas: condições estáticas (compressão ou empilhamento), condições dinâmicas (choque, vibração, aceleração), condições físico-químicas (temperatura, umidade, radiação solar, oxidação) e condições biológicas (contaminação bacteriológica, desenvolvimento de fungos).

Função mercadológica. É de grande importância, uma vez que o consumidor quase sempre julga a embalagem, que é manifestação visual da mercadoria, antes de julgar o produto.

Função econômica. A embalagem é parte integrante do produto e logo desempenha uma função econômica.

Função logística. É fundamental integrar ao desenvolvimento da embalagem as atividades de movimentação, armazenagem e transporte.

MATERIAIS EMPREGADOS NA EMBALAGEM

A qualidade da embalagem depende diretamente dos materiais nela empregados. Cada material tem suas peculiaridades técnicas. Durante a escolha do tipo de material a ser utilizada, vária análise devem ser realizadas.

Existem certos materiais que podem ser inadequados por interferirem física, química ou biologicamente no produto, deixando assim de oferecer proteção a ele.

Abaixo, de forma sumarizada, os principais grupos de materiais de embalagem:

a) PAPEL

Material composto pelo entrelaçamento de fibras de celulose. As propriedades de barreira dos agentes externos são baixas e também não apresentam boa resistência mecânica. O papel pode embalar desde gêneros alimentícios industrializados até materiais de construção, produtos químicos e remédios.

b) PLÁSTICOS

Os plásticos são percebidos como um dos materiais mais modernos e aparecem sob muitas formas nas embalagens de consumo, face à viabilidade do custo de transformação e a versatilidade do seu emprego.

Atualmente, são imprescindíveis no campo de embalagens flexíveis. Além de fornecer as propriedades necessárias para atender as funções básicas de uma embalagem, possuem a propriedade de térmicas, não encontrada no papel e alumínio.

Os plásticos podem ser divididos em dois grandes grupos:

Materiais termoplásticos: são aqueles que podem ser moldados sob a influência de temperatura e pressão, conservando a sua nova forma ao restabelecer as condições ambientais. Este ciclo pode ser repetido diversas vezes, sendo a forma final reversível. Ex.: polietileno, polipropileno, nylon...

Materiais termofixos: Podem também ser moldados sob influência de temperatura e pressão. Porém, neste caso a operação é irreversível. Ex.: poliéster, poliuretano, resinas epoxi...

c) VIDROS

Material de boa resistência a choques térmicos e alta resistência química à maioria das substâncias. Além disso, apresenta possibilidade de reciclagem e reutilização, baixa deterioração física ou química e permite o uso de cor para efeito de proteção contra luz..

Bastante utilizado em embalagens para bebidas, vegetais, maioneses, temperos...

d) METAL

O alumínio é um material largamente empregado na produção de embalagens porque não transfere odor ou sabor ao produto, além de possuir características de rigidez e proteção à luz.

Podemos assinalar, dentre os metais de boa resistência à corrosão e agentes químicos, a folha de flandres (folha metálica de aço com revestimento de estanho), o aço inoxidável e o aço na produção de tambores.

e) TÊXTEIS

Materiais bastante utilizados na confecção de sacos. Os tecidos mais conhecidos são:

• Naturais: Juta, Sisal, Algodão.
• Sintéticos: Ráfia de polipropileno.

f) MADEIRA

A madeira é muito utilizada na confecção de caixas, engradados, paletes...

g) PAPELÃO ONDULADO

O papelão é largamente utilizado na confecção de caixas. A estrutura do papelão ondulado para a fabricação de caixas é obtida através de várias combinações de papéis, contendo capa e miolo.

O miolo serve para manter separadas as capas. 

Temos os seguintes tipos de papelão ondulado:

• Face simples: estrutura formada por um elemento ondulado (miolo) colocado num elemento plano.

• Parede simples: estrutura formada por um elemento ondulado (miolo) colado em ambos os lados a elementos planos (capas).

• Parede dupla: estrutura formada por três elementos planos (capas) coladas a dois elementos ondulados intercalados (miolo).

• Parede múltipla: estrutura formada por quatro ou mais elementos planos (capas) colados a três ou mais elementos ondulados (miolos), intercalados.

TIPOS DE EMBALAGEM

A embalagem pode ser classificada da seguinte maneira:

• EMBALAGEM PRIMÁRIA

É aquela que fica em contato direto com o produto. É o invólucro que serve para promoção e uso do produto bem como definição do volume, peso, validade e outras características informativas para o consumidor. Exemplo: garrafas, potes, frascos, caixas de sabão em pó...

Vale com exceção o caso de sacarias, tambores, bombonas que, apesar de estarem em contato direto com o produto, apresentam características de embalagem de transporte.

É através da embalagem primária que está agregada a estratégia de Marketing, onde o design e o layout são explorados como ferramentas impulsionadoras de vendas. Sob o ponto-de-vista logístico, cabe desenvolvê-la com dimensões moduladas compatíveis com a embalagem de distribuição, embalagem industrial, sistema de estocagem e meio de transporte.

• EMBALAGEM SECUNDÁRIA

É a embalagem que acondiciona a embalagem primária. Ex: Caixas de papelão

• EMBALAGEM INDUSTRIAL

É a embalagem utilizada dentro das indústrias (ou entre elas) para movimentação, transporte e armazenagem de materiais de processo ou produtos finais. Ex.: caçambas, embalagens específicas (peças especiais nas montadoras), contentores...

• EMBALAGEM DE TRANSPORTE

É o acondicionamento cuja função principal é a de conferir ao sistema produto, embalagem primária e secundária, e proteção durante o ciclo de distribuição do produto. Ex.: Caixas de madeira, tambores, sacarias, paletes...

PALETE

É uma plataforma disposta horizontalmente para carregamento, constituída de vigas, blocos ou uma simples face sobre os apoios, cuja altura é compatível com a introdução de garfos de empilhadeira ou prateleira. Permite o arranjo e o agrupamento de (unitização) de materiais, possibilitando as operações de movimentação, estocagem e transporte como uma carga única.

Pode ser confeccionado de madeira, aço, plástico, alumínio...

A madeira é a matéria-prima mais utilizada na fabricação de paletes.

Tipos de paletes:

• Paletes com duas entradas.
• Paletes com quatro entradas.

Dimensões do palete:

A ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados) tem desenvolvido estudos junto a fabricantes de palete, supermercados, indústrias, chegando-se à definição do palete 1.200x1.000mm, conhecido como PBR1, como sendo o palete padrão, o qual deverá ser utilizado por todos os envolvidos.

Vantagens do uso do palete:

• Rapidez no manuseio da carga com o uso de empilhadeiras ou prateleiras.

• Maior economia, segurança no transporte, armazenagem e na movimentação.

Desvantagens:

• Custo do investimento.
• Custo do transporte de retorno.
• Extravios e roubos.
• Avarias e manutenção.
• Gestão do estoque.

O uso do palete tem-se intensificado no Brasil. A utilização ou não do palete deverá observada em função das vantagens que ela oferece quando confrontadas com as desvantagens.

UNITIZAÇÃO DE CARGAS

A unitização de cargas consiste na reunião de volumes homogêneos em uma única unidade. Os produtos podem ser unitizados num palete, container, etc.

Baseia-se no princípio de racionalização de movimentos, ou seja, torna-se mais fácil movimentar diversas cargas de uma só vez do que em operações sucessivas com pequenas cargas.

Desta forma, torna-se possível à movimentação mecânica desde a plataforma de embarque do expedidor até o recebimento do destinatário, evitando-se o fracionamento da carga.

Formas de unitização:

• Carga paletizada.
• Carga Pré-ligada.
• Cargas Contentorizadas.
• Cargas conteinerizadas.

A estabilidade da carga após a unitização tem que ser devidamente observada para se evitar o desmoronamento da mesma. A estabilidade pode ser obtida através de outros meios:

• Fita auto-adesiva.
• Cintamento.
• Envolvimento com filme termo-retrátil (Shrink Film).
• Envolvimento com filme esticável (Stretch Film).

A fita auto-adesiva é aplicada entre as camadas das pilhas.

O cintamento pode ser feito com cintas de aço SHRINK significa encolher. O envolvimento com filme termo-retrátil é geralmente realizado com polietileno. A colocação da película sobre a carga pode ser feita automaticamente ou manualmente. A unitização de garrafas de refrigerantes é feita automaticamente.

STRETCH significa esticar. O processo do envolvimento consiste em enrolar o palete com filme esticável. O filme é aplicado com uma tensão ajustável, exercendo pressão uniforme e permanente sobre a carga, fixando e estabilizando a mesma sobre o palete. Utiliza-se o PVC para essa atividade devido à sua resistência e elasticidade.

A aplicação do filme pode ser feita manualmente ou com máquina automática.

Até a próxima aula!

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