sexta-feira, 8 de abril de 2016

JOL (Cachoeirinha / RS): Após redução, vereadores tentam elevar salários para R$ 3,5 mil no RS

07/04/2016 23h40 - Atualizado em 07/04/2016 23h48

Parlamentares de Três Cachoeiras recebem um salário mínimo por mês.

Presidente da Casa diz ter apoio 'da população' e que 'sobra dinheiro'.

Do G1 RS
Após aprovarem uma lei estabelecendo que receberiam um salário mínimo, os vereadores de Três Cachoeiras, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, se preparam para votar outra proposta, que eleva a remuneração para R$ 3,5 mil a partir da próxima legislatura, como mostra reportagem do RBS Notícias (veja no vídeo). O presidente do parlamento, Ronaldo Cardoso Leal (PDT), afirma que os próprios eleitores são favoráveis à medida.
"Nós, junto com a população e com alguns vereadores, achamos que um salário mínimo é pouco para um vereador, e na nossa Câmara vem sobrando dinheiro", argumenta.
Mas não é o que afirma o mecânico Rodrigo Raupp Rodrigues. Ele, que trabalha oito horas por dia e ganha cerca de R$ 2 mil por mês, entende que o valor almejado por parte dos vereadores é muito para quem participa de uma sessão por semana, já que, na maior parte do tempo, os gabinetes ficam trancados.
"Chega a ser piada. A gente trabalha de sol a sol e não ganha R$ 3,5 mil por mês e eles, para frequentar uma vez a sessão na Câmara, ganha isso", diz Rodrigues.
A Câmara de Três Cachoeiras tinha reduzido o vencimento dos parlamentares após manifestações terem reivindicado o pleito na cidade. Contrário ao aumento, o vereador Marcelo Bock Capelani dos Santos, afirma que os colegas tomaram a decisão apostando que os eleitores esqueceriam.
"Na época, teve uma pressão popular muito grande na cidade para baixar os subsídios dos vereadores, porque o município tem dificuldades financeiras, e agora eles acham que a população não esta mais acompanhando, então, sorrateiramente, estão colocando o projeto", diz.
Projeto arquivado em Caçapava do Sul
Em Caçapava do Sul, na Região Central, os vereadores arquivaram o projeto de iniciativa popular que previa redução nos salários dos parlamentares de quase R$ 5,7 mil para pouco mais de R$ 2 mil, o equivalente ao piso nacional dos professores. A proposta foi assinada por 3.700 eleitores.
Segundo o diretor-geral da Câmara, Eriton Gonçaves Talanico, o projeto é inconstitucional por vincular rendimentos de profissionais de diferentes áreas. Além disso, ele lembra que, na primeira sessão do ano, os vereadores aprovaram uma lei que congela os salários para o próximo mandato.
"A lei passou a vigorar no dia 8 de março. Uma semana após, eles protocolaram o projeto", disse.
Com a lei citada pelo diretor, os vereadores garantiram que o salário dos próximos eleitos não será reduzido pelo menos até 2020. "Vamos fazer uma campanha forte para o fim do ano, para que ninguém se reeleja, ou pelo menos boa parte deles. Tem vereador aqui há quase 30 anos sem fazer nada na Câmara", esbraveja o aposentado João de Deus Teixeira, um dos organizadores do abaixo-assinado.

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