12/02/2011 10h22 - Atualizado em 12/02/2011 10h29
Novo horário será da meia-noite às 6h da manhã, segundo comunicado.
Conselho deve anunciar medidas para transição após queda de Mubarak.
Do G1, com agências internacionais
O toque de recolher em vigor no Egito desde o início dos protestos que levaram à renúncia do presidente Hosni Mubarak será reduzido a partir deste sábado (12).
O Conselho Supremo das Forças Armadas, que assumiu o comando do país após a queda de Mubarak, informou em comunicado na TV estatal, que o toque de recolher, que já era amplamente desrespeitado em meio às manifestações, vai vigorar da meia noite às 6h da manhã no horário local _antes, havia sido fixado a partir das 15h.
O país amanheceu em festa neste sábado na primeira manhã sem o comando do ex-presidente Hosni Mubarak, que apresentou sua renúncia na tarde de sexta-feira (11). A madrugada foi repleta de comemorações pelo fim de 30 anos ditadura no país.
Em Ismailia, ao norte, multidões ainda celebram a vitória do povo egícpio, enquanto que em Suez e Cairo, parte da população também segue comemorando nas ruas e praças que antes eram palco de violência e revolta. Milhares de jovens permanecerem enrolados em bandeiras do país, exibindo o sentimento de patriotismo do povo egípcio.

Egípcios comemoram neste sábado (12) na praça Tahrir, no Cairo, a primeira manhã sem Mubarak no governo. (Foto: Emilio Morenatti / AP)
As três cidades testemunharam alguns dos maiores confrontos entre manifestantes anti e pró Mubarak nas últimas semanas, assim com enfrentamentos com forças de segurança. O Exército iniciou nesta manhã a retirada das barricadas formadas nos arredores da capital Cairo.
Hosni Mubarak, de 82 anos, renunciou ao cargo nesta sexta-feira (11), após um governo de quase 30 anos e que era contestado desde 25 de janeiro por grandes manifestações populares.
Um porta-voz disse que o Conselho Militar vai anunciar medidas para uma "fase de transição" no país, segundo comunicado lido na TV estatal. O Conselho também disse que "não há alternativa à legitimidade do povo".
Espera-se que a queda do regime Mubarak abale outros governos autoritários do mundo árabe.
Um forte esquema policial foi montado neste sábado em Argel, capital da Argélia, para impedir uma marcha de milhares de manifestantes para pedir uma mudança de regime no país. No Iêmen, manifestantes também foram às ruas pedir a renúncia do presidente.
Repercussão
O secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, Said Jalili, afirmou neste sábado que a queda do presidente egípcio Hosni Mubarak demonstra o "fracasso dos Estados Unidos e do sionismo" na região.
No Iraque, o gabinete do primeiro-ministro Nuri al-Maliki divulgou um comunicado no qual felicita o Egito e afirma estar convencido de que o povo encontrará novos dirigentes à altura de suas "aspirações".
A China divulgou um comunicado no qual deseja que o Egito recupere sua estabilidade e ordem social em breve. A Coreia do Sul manifestou neste sábado que "respeita" a decisão de Hosni Mubarak de renunciar ao cargo de presidente do Egito, e defendeu eleições "livres e justas" no país.
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O anúncio da renúncia foi feito pelo recém-nomeado vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, em um curto pronunciamento na TV estatal. Mubarak entregou o poder ao Exército, disse Suleiman, com ar grave.
"O presidente Mohammed Hosni Mubarak decidiu deixar o cargo de presidente da república e encarregou o Alto Conselho Militar de cuidar das questões de Estado", disse Suleiman.
Os crescentes protestos que derrubaram Mubarak deixaram mais de 300 mortos e 5.000 feridos. Eles começaram em 25 de janeiro, inspirados pela queda do presidente da Tunísia, e tiveram impulso na internet, que comemorou a queda do ditador.

O vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, anuncia nesta sexta-feira (11) a renúncia de Hosni Mubarak (Foto: AP)
O Ministro da Defesa, Mohamed Hussein Tantawi, deve ser o chefe do conselho, segundo fontes militares. Ele passou em frente ao palácio presidencial, no Cairo, no início da noite desta sexta, saudando a multidão.
O conselho poderia derrubar o gabinete de ministros de Mubarak, fechar as duas casas do Parlamento e governar diretamente com a Corte Constitucional, segundo a TV Al Arabiya.
O país tem eleições presidenciais marcadas para setembro.
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