
09/01/2012 13h06
- Atualizado em
09/01/2012 19h22
Mikolaj Przybyl defendia investigação sobre acidente que matou presidente.
Após pôr fim à entrevista, ele ficou sozinho e disparou, mas sobreviveu.

Um promotor militar polonês deu um tiro na própria cabeça nesta
segunda-feira (9), depois de pôr fim abruptamente a uma coletiva de
imprensa na qual ele havia defendido uma investigação militar sobre
vazamentos de informações relacionados a um acidente de avião na Rússia
que matou o presidente da Polônia há dois anos.
Mikolaj Przybyl foi levado ao hospital depois que os jornalistas o
encontraram deitado no chão de seu escritório em meio a uma poça de
sangue, logo após escutarem o som de um tiro.
Ele havia pedido aos jornalistas que saíssem de seu gabinete depois de
criticar o vazamento na mídia da investigação sobre o acidente em
Smolensk, no oeste da Rússia, em 10 de abril de 2010, no qual morreram o
presidente Lech Kaczynski e outras 95 pessoas, a maioria autoridades
polonesas.

As imagens do corpo de Przybyl atrás de sua escrivaninha foram exibidas
por vários canais de notícias antes que uma ambulância o levasse para o
hospital.
O promotor-chefe da Polônia, Andrzej Seremet, disse em coletiva de
imprensa em Varsóvia que a vida de Przybyl não estava mais em perigo e
que ele deve se recuperar. Ele também disse que discordava de algumas
declarações feitas por Przybyl na coletiva.
Serement afirmou que promotores militares agiram certo ao exigir os
registros telefônicos dos celulares de jornalistas enquanto procuravam a
fonte dos vazamentos na investigação de Smolensk, mas que haviam
infringido a lei ao buscar o acesso às mensagens de texto.
"Esse caso está sendo acompanhado por tanta emoção, incluindo histeria desnecessária, a meu ver", disse Serement.
O presidente polonês Bronislaw Komorowski disse em comunicado que
estava "preocupado" com o incidente e pediu à equipe de segurança
nacional que monitore a situação.
A investigação do acidente em Smolensk continua um assunto político delicado no país e em sua relação com a Rússia.
O líder do principal partido da oposição, Jaroslaw Kaczynski -
irmão-gêmeo do presidente morto - acusou o governo do primeiro-ministro
Donald Tusk de conivência com a Rússia no acobertamento das verdadeiras
causas do desastre.
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