04/02/2012 10h26
- Atualizado em
04/02/2012 10h38
Opositores e partidários fazem manifestações neste sábado (4) em Moscou.
Premiê Putin, candidato à presidência, é alvo dos protestos.

Milhares de opositores e partidários do primeiro-ministro russo,
Vladimir Putin, se reuniram neste sábado (4) em Moscou para duas
manifestações, anunciou a polícia da capital da Rússia.
"Às 12h30 (6H30 de Brasília), 90.000 pessoas estavam reunidas em
Poklonaia Gora (local da passeata a favor de Putin) e 23.000 na Bolshaia
Iakimanka (local do protesto da oposição). As pessoas continuam
chegando", informa o site da polícia moscovita.
Os organizadores das duas manifestações não divulgaram estimativas e
até o momento não foi possível obter informações com fontes
independentes.
Os números da oposição e da polícia geralmente são muito diferentes durante as manifestações contra Vladimir Putin.

Já as estimativas das forças oficiais e dos simpatizantes do premiê geralmente são similares.
Os moscovitas marcham 2,5 quilômetros pelas ruas do centro da cidade
com cartazes que exigem a renúncia do líder do partido do Kremlin,
Rússia Unida (RU), e lembram às autoridades que não esqueceram as
fraudes maciças que foram registradas em todo o país nas eleições
parlamentares de dezembro.
Naquele mês, dezenas de milhares de pessoas já haviam saído às ruas de
praticamente todas as cidades para denunciar a fraude eleitoral a favor
do RU, que saiu vitorioso na votação.
Muitos dos manifestantes vestem casacos de pele, calçam 'valenki'
(típicas botas de lã russas), e cobrem seus rostos com lenços e
cachecóis para combater o frio, enquanto alguns nacionalistas usam
máscaras integrais que impedem que se veja sua face.
Na entrada da Rua Bolshaya Yakimanka, onde os manifestantes precisam
atravessar detectores de metal para aderir à manifestação, oito postos
recolhem assinaturas para pedir ao Tribunal Supremo a anulação dos
resultados das parlamentares e recrutam observadores para as
presidenciais.
Ao final do percurso pelo centro de Moscou, alguns líderes da oposição
extraparlamentar, entre eles o liberal Grigory Yavlinsky, do 'Yabloko', e
também alguns ativistas das legendas Partido Comunista e Rússia Justa,
subirão ao palanque da Praça Bolótnaya para discursar.
No comício será exigida a renúncia do presidente da Comissão Eleitoral
Central, Vladimir Churov, a libertação dos presos políticos, a anulação
dos resultados das eleições parlamentares de dezembro e sua repetição.
Além disso, exigirão que Yavlinsky, cuja candidatura à presidência foi
rejeitada pela comissão por não conseguir reunir dois milhões de
assinaturas válidas, possa concorrer às eleições.
Enquanto isso, a jornada de protestos não começou muito bem nas cidades
do Extremo Oriente e na Sibéria, onde a participação dos cidadãos foi
sensivelmente menor do que o esperado pelos organizadores, sobretudo
devido às temperaturas próximas aos 20 graus negativos.
Já em Poklonnaya Gora, em Moscou, segundo estimativas da polícia, cerca
de 90 mil pessoas se reuniram neste sábado em uma contramanifestação
para defender a candidatura do primeiro-ministro russo Vladimir Putin à
presidência.
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