Cerca de 150 pacientes deverão recorrer à 4ª Coordenadoria Regional de Saúde ou à farmácia do município para garantir tratamentos
Lizie Antonello
Gabriele Gabert de Lima, 23 anos, faz tratamento para psoríase no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) há 10 anos. Começou em 2005, quando foi diagnosticada com a doença do sistema imunológico, que, na forma mais comum, causa a formação de manchas na pele, coceira e lesões. Desde então, a medicação (Metotrexato) era aplicada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) uma vez por semana, no caso de Gabriele, toda a sexta-feira, no hospital. Agora, ela terá de procurar a 4ª Coordenadoria Regional de Saúde para receber o remédio.
No dia 18 deste mês, ao chegar ao Husm, Gabriele foi informada que o hospital não fará mais as aplicações. O motivo: corte de verba do governo federal. A medida afetou os 64 pacientes que recebiam o Metotrexato injetável e via oral prescrito nas clínicas de Reumatologia, Dermatologia, mas ele continuará sendo dispensado a pacientes oncológicos.
Em nota, o hospital explicou que "o medicamento vinha sendo distribuído excepcionalmente pelo Husm, mas diante das limitações do orçamento destinado pela União, o hospital seguirá distribuindo os medicamentos que são de sua competência. Nesse caso, para os pacientes vinculados a Unidade de Alta-Complexidade em Oncologia (Unacon)."
O Metotrexato pertence à lista do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF) do SUS e é de responsabilidade de distribuição gratuita pelo Estado. Segundo Moacir da Rosa Alves, coordenador da 4ª CRS, os pacientes podem procurar a farmácia da coordenadoria, na Rua André Marques, para encaminhar seus pedidos.
Para isso, a pessoa precisa levar documento de identidade, Cartão SUS, prescrição médica e Laudo Médico Especializado. O tempo médio desde o encaminhamento do processo até o paciente receber o remédio é de cerca de 30 dias, segundo o gestor.
Mesmo com a alternativa para garantir o fornecimento do remédio, Gabriele está preocupada pois o processo é burocrático e demorado.
– Não posso ficar sem o remédio. Já fui internada duas vezes por causa da doença. Agora estou bem, mas tenho medo de piorar caso perca a medicação. Por causa da minha doença, não consigo trabalho. As pessoas têm muito preconceito. Com o remédio ganho qualidade de vida – desabafou Gabriele.
– Não posso ficar sem o remédio. Já fui internada duas vezes por causa da doença. Agora estou bem, mas tenho medo de piorar caso perca a medicação. Por causa da minha doença, não consigo trabalho. As pessoas têm muito preconceito. Com o remédio ganho qualidade de vida – desabafou Gabriele.
A tesoura da União também atingiu outros cerca de 90 pacientes ambulatoriais do Husm, que recebiam medicamentos de responsabilidade da Rede Básica (hipertensão, diabetes, transtornos mentais, hormônios, antibióticos e outros) ou Estadual (asma grave, artrite, Alzheimer, Esclerose Múltipla e outros). Esses pacientes estão sendo orientados à procurar às farmácias municipais, Farmácias Populares, Saúde não tem Preço ou as Coordenadorias Regionais de Saúde da sua região.
A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) pode ser conferida no site da Secretaria Estadual de Saúde do Estado (www.saude.rs.gov.br). Nele, também há orientações de como ter acesso aos medicamentos do SUS.
No caso de remédios da Rede Básica, os pacientes podem procurar a farmácia do município na Rua Astrogildo de Azevedo, entre as ruas do Acampamento e Tuiuti.
DIÁRIO DE SANTA MARIA
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