terça-feira, 12 de abril de 2016

JOL (Brasília / DF): Ex-senador Gim Argello é preso na 28ª fase da Operação Lava-Jato

Nova etapa12/04/2016 | 06h50Atualizada em 12/04/2016 | 09h33

Ação ocorre 12 dias depois da última etapa, que cumpriu mandados judiciais na Grande São Paulo 

Carlos Rollsing e Humberto Trezzi
A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta terça-feira, o ex-senador Gim Argello (PTB-DF), durante a 28ª fase da Operação Lava-Jato. Deflagrada na madrugada, a nova etapa da investigação ocorre nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
Batizada Vitória de Pirro, esta fase apura indícios de que o ex-senador atuou para evitar que empreiteiros fossem convocados para depor sobre irregularidades na Petrobras, em 2014, em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada no Senado Federal e em uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso — ele integrava ambas. Para isso, segundo a investigação, Argello teria cobrado propinas de R$ 5,3 milhões.
Os pagamentos indevidos teriam sido travestidos de doações eleitorais oficiais em favor dos partidos de sua base de sustentação. A Lava-Jato apurou que as empreiteiras OAS e a UTC pagaram propinas de R$ 350 mil e R$ 5 milhões, respectivamente. As informações teriam sido obtidas a partir da delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, que é ex-presidente da UTC. 
Segundo a investigação, o ex-senador distribuía o dinheiro aos partidos do bloco, chamado União e Força, que era liderado por ele — mesmo grupo que atualmente é liderado pelo senador Fernando Collor. Os integrantes do bloco são do PTB, PR, PSC e PRTB. 
Ao todo, foram expedidos 21 mandados judiciais, sendo dois de prisão temporária, um de prisão preventiva, 14 de busca e apreensão e  quatro de condução coercitiva. As medidas estão sendo cumpridas na capital de São Paulo, capital do Rio de Janeiro, Taguatinga e Brasília.
Os mandados de prisão temporária são contra dois ex-assessores de Argello: Valério Neves Campos, que foi ainda assessor da Família Roriz, e Paulo Cesar Roxo Ramos, que seria um operador do esquema.

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