quinta-feira, 14 de abril de 2016

JOL (Porto Alegre / RS): Motorista nega racha e diz não ter visto casal atropelado no RS

13/04/2016 18h29 - Atualizado em 13/04/2016 22h33

Carro de Thiago Brentano atingiu casal de namorados em Porto Alegre.

Acidente aconteceu na madrugada do dia 2 e é investigado pela polícia.

Roberta SalinetDa RBS TV
Dono do Audi, Thiago Brentrano (esq), chegou em delegacia com advogado (Foto: Reprodução/RBS TV)Thiago Brentrano (esq), chega à delegacia
com advogado (Foto: Reprodução/RBS TV)
O motorista do Audi envolvido no acidente que resultou no atropelamento de um casal de namorados prestou depoimento por cerca de uma hora e meia na tarde desta quarta-feira (13) no Palácio da Polícia, em Porto Alegre. Segundo o advogado Jader Marques, que o representa no caso, ele reconheceu que havia bebido duas garrafas long neck de cerveja, negou que estivesse disputando um racha e afirmou não ter visto que um casal havia sido atropelado na ocasião, e por isso deixou o local.
Foi a segunda vez que Thiago Brentano, 39 anos, compareceu à delegacia. Na primeira, em 4 de abril, ele permaneceu em silêncio. Ele comentou o fato de uma comanda do estabelecimento em que estava ter apontado a compra de 10 garrafas, afirmando que compartilhou a bebida com amigos. "Há provas que as demais bebidas foram consumidas na festa por demais pessoas e que sobrou saldo no cartão", observou Marques.
Brentano admitiu para o delegado Carlo Butarelli, responsável pelo caso, que estava "sem condições de dirigir" o carro. "Ele afirma seu erro de ter utilizado o veículo naquela noite", observa o advogado.
Em relação ao suposto racha, o advogado disse que a versão de Brentano é que ele não conhecia o motorista do outro carro que trafegava ao seu lado. Diz que acelerou por receio de que se tratava de uma tentativa de assalto. Entretanto, ele negou que o outro veículo seria um Camaro. "O Camaro dobrou a (Rua Coronel) Bordini à direita e não foi o veículo identificado naquele vídeo que nós podemos ver na internet. Aquele carro não é um Camaro", disse o advogado.
Ainda conforme o advogado, Brentano disse que não costuma dirigir, já que teve a habilitação suspensa, e que o Audi estava provisoriamente com ele para a realização de um negócio. Marques afirma que notas fiscais de táxis e Uber confirmam que ele costuma utilizar estes serviços para se locomover.

Polícia pretende concluir inquérito na sexta-feira
O delegado Carlo Butarelli, da delegacia de Polícia de Lesões Corporais de Trânsito, já adiantou que deve concluir o inquérito ainda esta semana. A previsão é que o procedimento seja finalizado na sexta-feira (15) e, em seguida, encaminhado ao Ministério Público.

Resta ainda o resultado do exame da perícia, que vai apontar a velocidade que o veículo estava na hora da batida, observou o delegado.
Na terça-feira, dois policiais militares prestaram depoimento e confirmaram que Brentano participava de um racha antes do atropelamento, em 2 de abril. Os PMs estavam no cruzamento das ruas Doutor Timóteo com a 24 de Outubro quando dois veículos passaram em alta velocidade por eles, um deles o Audi.

Conforme o delegado Carlo Butarelli, responsável pelo caso, os PMs chegaram a iniciar uma perseguição. Entretanto, uma quadra adiante, o Audi cruzou o sinal vermelho e colidiu em um táxi que havia passado pelo sinal verde. Na sequência, o carro acabou atingindo um veículo que estava estacionado. Com o impacto, o automóvel que estava parado foi jogado para cima do casal, que passeava no Parcão.
Os PMs foram os primeiros a chegar no local e se preocuparam em prestar socorro aos feridos. Logo após, entretanto, um deles começou a perseguição ao motorista do Audi, que teria fugiu à pé por dentro do Parcão (assiata ao vídeo), segundo relato dos policiais. Ele acabou perdendo o homem de vista e desistiu do acompanhamento. No entanto, o delegado relata que os PMs não conseguiram reconhecer o homem. 

Para a polícia, o depoimento deles comprova a participação do dono do Audi em um racha e ainda reforça que Brentano estava dirigindo o veículo. Na segunda-feira (11), o homem que estava na carona do veículo afirmou que o amigo estava na direção. "O carona confirmou que era o Thiago o motorista do carro. Agora temos a certeza de quem estava na direção", disse o delegado ao G1.
Ainda durante o depoimento, o passageiro não confirmou o racha. "Ele disse que estava mexendo no celular e sentado no banco, não viu o que estava acontecendo", explicou Butarelli.

Além dos PMs, uma viatura da EPTC também estava no cruzamento das ruas Doutor Timóteo com a 24 de Outubro. Os agentes de fiscalização de trânsito teriam visto o racha e se deslocado até o ponto do atropelamento. Por isso, eles também devem ser ouvidos. Um outro taxista também vai prestar depoimento, diz o delegado.
Segundo a Polícia Civil, Brentano estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa e tem 52 multas de trânsito.
Além do carona, a polícia ouviu também o suposto motorista do Camaro que estaria no racha, o dentista Sandro Flamia. No entanto, ele negou que estivesse no local no momento do acidente, o que ainda será investigado.
"Ouvimos o motorista do Camaro, na condição de testemunha, pois não temos certeza que é o Camaro dele. Ele falou que é amigo do Thiago, e que no momento [do acidente] aquele Camaro não estava lá. Ele havia entrado à direita algumas ruas antes", afirmou o delegado.

Para a RBS TV, o dentista Sandro Flamia voltou a afirmar que não era o carro dele flagrado nas imagens. "Não tem nada a ver com o meu carro, vocês vão ver depois.(...) Eu tenho certeza absoluta, o meu carro não é aquele lá."
O motorista disse que encontrou na festa o condutor do Audi, que é seu amigo. "Me viram lá na festa com ele e aí acharam que era eu. (...) Não faço parte disso tudo."
O caso
Na madrugada de sábado, dia 2 de abril, o motorista do Audi trafegava em alta velocidade pela Avenida 24 de Outubro. Depois de passar o sinal vermelho, na esquina com a Rua Olavo Barreto Viana, o veículo se chocou contra um táxi, e depois atingiu um veículo que estava estacionado ao lado do Parcão.
Vítima de atropelamento Thomaz Coletti prestou depoimento à polícia (Foto: Josmar Leite/RBS TV)Vítima de atropelamento Thomaz Coletti, 25 anos,
prestou depoimento (Foto: Josmar Leite/RBS TV)
Com o impacto, o automóvel subiu a calçada e atropelou o casal de jovens. Eles foram encaminhados a hospitais.
O homem prestou depoimento após receber alta. "Foi algo muito rápido, não teve tempo de reação porque não havia como ter reação (...) espaço curto de tempo devido à velocidade que carro vinha", relatou Thomaz Coletti, de 25 anos.
Também havia um carona no Audi, que teve ferimentos leves no acidente. O taxista Marco Gaudério relatou, após o acidente, que os carros passaram em alta velocidade.
"Eu me lembro que o sinal estava aberto pra mim. Eu estou descendo e, quando vi, o cara me bateu. Ele vinha muito rápido, não deu pra ver nada. Só fiquei em estado de choque, é uma coisa que a gente não espera", afirmou ele após o susto.
A jovem que também foi atingida segue no hospital. Ela passaria por cirurgias. O delegado conversou com ela, que disse estar "muito traumatizada."

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