Delegado ouviu homem que estava na mesma casa noturna do condutor.
Ele cruzou o sinal vermelho, bateu em dois carros e um casal foi atropelado.
Uma testemunha prestou depoimento na delegacia de polícia na manhã desta quinta-feira (7) em Porto Alegre, dentro da investigação do suposto racha que terminou em acidente e um atropelamento no bairro Moinhos de Vento, na madrugada de sábado (2).
O homem, que prefere não se identificar, afirmou ter visto o motorista que cruzou o sinal vermelho e depois bateu em dois veículos, beber antes de dirigir. Ele estaria com outras pessoas na casa noturna.
"Todos eles estavam consumindo bebida alcoólica, todos do camarote. Eles estavam no camarote com quatro homens. Todos estavam consumindo bebida alcoólica, sim", afirmou a testemunha.
"Eu lembro que tinha cerveja, tinha energético e tinha bebida destilada, não lembro se vodka ou uísque, mas eles tavam bebendo de tudo ali, tinha bastante bebida, sim. E aí eles foram embora todos juntos. Todos saíram de lá por volta de umas 3h15, 3h20 da manhã, mais ou menos esse horário", completou.
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Na terça-feira (6), a polícia teve acesso à comanda de um bar frequentado por Thiago Brentano na madrugada do acidente, onde ele pagou dez cervejas.
O comprovante mostra que o homem permaneceu três horas no local. Segundo o delegado Carlo Butarelli, no entanto, a comanda não comprova o consumo da bebida. "Ele pode dizer que comprou para alguma pessoa."
O depoimento da testemunha, que é considerada chave pela polícia, durou cerca de 50 minutos.
Motorista ficou em silêncio na delegacia
Já o motorista do Audi optou por permanecer em silêncio na delegacia. Acompanhado do advogado Jader Marques, Thiago Brentano, que tem 39 anos, se apresentou à polícia na segunda-feira (4), mas disse que vai falar apenas em juízo.
Ele estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa pelo Departamento de Trânsito (Detran) do Rio Grande do Sul, de acordo com o delegado.
Butarelli observou que o motorista pode ainda responder por participação em racha, embriaguez e dirigir com a carteira suspensa. Sobre o racha, ainda não há a confirmação. "O racha também é um crime. Se for comprovado, ele também será autuado por isso", afirma o delegado.
Outros depoimentos
Ainda nesta quinta-feira, o homem que estava na carona do Audi também deve ser ouvido pelo delegado Butarelli. No dia do acidente, ele sofreu ferimentos leves.
Um dos jovens atropelados pelo carro que estava estacionado e subiu a calçada após ser atingido pelo Audi, Thomaz Coletti, de 25 anos, prestou depoimento na quarta-feira (6). Depois, ele conversou com a RBS TV (veja no vídeo). "Foi algo muito rápido, não teve tempo de reação porque não havia como ter reação (...) espaço curto de tempo devido à velocidade que carro vinha", relatou.
Coletti observou que o atropelamento foi "muito mais violento" do que ele imaginava. "Lembro claramente. No momento que vi a colisão do táxi com Audi passou na minha cabeça: 'poxa, estamos vendo acidente acontecendo.' Mas jamais passou na minha cabeça que esse acidente ia acabar envolvendo a mim também."
A namorada dele, Rafaela Cruz Perrone, 24 anos, deixou na quarta-feira o Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Conforme a assessoria de imprensa da casa de saúde, ela foi encaminhada para um quarto e está em estado estável.
A polícia espera ouvir a jovem na sexta-feira (8), no próprio hospital.
O motorista do outro carro que aparece nas imagens divulgadas pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), fazendo um suposto racha (veja no vídeo abaixo) - o delegado ainda não confirma se os motoristas faziam realmente uma disputa - já foi identificado. Ele estava em um Camaro. A polícia também tentará ouvi-lo.
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