terça-feira, 19 de abril de 2016

Santa Maria / RS: Jovem acusada de matar ex-namorada depõe em Santa Maria

Caso Helenara18/04/2016 | 14h37Atualizada em 18/04/2016 | 20h14

Foi a primeira vez que Stéphanie Fogliatto Freitas falou à Justiça sobre o crime

Jovem acusada de matar ex-namorada depõe em Santa Maria Jean Pimentel/Agencia RBS
Foto: Jean Pimentel / Agencia RBS
Dandara Flores Aranguiz
O momento mais aguardado da investigação sobre o assassinato de Helenara Pinzon, 22 anos, teve o seu desfecho na tarde desta segunda-feira, no Fórum de Santa Maria.Stéphanie Fogliatto Freitas, 24 anos, acusada de matar a ex-namorada a facadas em 5 de dezembro do ano passado, falou pela primeira vez à Justiça e deu a sua versão para o fato ocorrido.

Stéphanie é acusada pelo Ministério Público de homicídio doloso (quando há intenção de matar), com três qualificadoras: motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. Ela está presa preventivamente no Presídio Regional de Santa Maria desde o dia 8 de janeiro, após ter ficado internada na Casa de Saúde.

A primeira audiência, em que 14 testemunhas foram ouvidas, ocorreu no dia 9 de março, mas uma das testemunhas de defesa não foi localizada, e a audiência foi remarcada. No entanto, segundo o advogado de Stéphanie, Bruno Seligman de Menezes, a defesa desistiu do depoimento da testemunha, que deveria ter sido ouvida nesta segunda. 

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Ao longo de pouco mais de uma hora, a ré respondeu aos questionamentos do juiz Ulysses Louzada e da promotoria. No início do interrogatório, ainda com a voz trêmula e aparentando estar muito nervosa, Stéphanie disse que ela e Helenara estavam juntas há cerca de dois anos e meio, mas que, aos poucos, o relacionamento foi se desgastando e que, uma semana antes da morte de Helenara, as duas conversaram e, por iniciativa de Stéphanie, elas romperam o namoro, mas que as duas continuaram morando juntas mesmo após o término do relacionamento. 

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Ainda de acordo com a ré, dois dias antes da festa de comemoração de seu aniversário, ela e Helenara "ficaram". Nessa ocasião, Helenara teria lhe agredido no rosto porque "queria continuar o relacionamento".

Na sexta-feira, um dia antes do crime, durante a festa de aniversário de Stéphanie, as duas teriam discutido. 

– Eu falei rispidamente com ela porque ela estava bebendo demais. Eu disse para ela parar de beber, e ela não gostou. Aí eu peguei ela pelos braços e a sacudi. Então, ela foi para o quarto, disse que estava com sono e ia dormir – afirmou a ré.

Depois de levar os convidados embora, Stéphanie disse que retornou ao apartamento e foi dormir.
A versão de Stéphanie
Na versão da acusada, no dia do crime, as duas discutiram e, em certo momento, ela teria ido em direção à sacada para fumar quando Helenara teria lhe abordado pelas costas e enroscado a corda da persiana da janela em seu pescoço.

– Ela estava muito alterada. Depois que eu a afastei, ela começou a me xingar novamente. Quando eu vi, ela me olhou, se abaixou rápido e me apontou uma faca. Eu disse para largar, e ela cortou o meu braço de raspão. Eu só pensava em tirar aquela faca dela, não pensei duas vezes, peguei no braço dela e, quando eu vi, a faca estava no corpo dela, e eu comecei a gritar por socorro – contou. 

De acordo com a ré, Helenara não queria largar a faca, e as duas entraram em luta corporal várias vezes. Stéphanie disse ainda que entrou em estado de choque e gritou várias vezes por socorro. 

Ao ser questionada pelo juiz se ela acreditava que deveria ser penalizada pelo ocorrido, Stéphanie disse que não se considerava culpada. A ré só parou de falar quando seu advogado, em discussão com o assistente de acusação, pediu que sua cliente permanecesse em silêncio. 

O advogado de defesa da acusada, Bruno Seligman de Menezes, pediu, novamente, a liberdade provisória de sua cliente. O pedido será analisado pelo Ministério Público, que deve se manifestar na próxima semana. 

Cerca de 30 pessoas acompanharam a audiência no salão do júri, inclusive os familiares de Helenara, que vieram de excursão de Três de Maio.

– A gente fez um rifa para poder conseguir vir até aqui e ainda temos que ouvir essas mentiras. Claro, morto não fala. Eu estou indignada, é uma perda de tempo. Até quando vai esse sofrimento? Ela é uma psicopata, um risco para as pessoas – desabafou Felipa de Campos Soares, mãe de Helenara.

Veja como foi a audiência e o que Stéphanie falou sobre o dia do crime:

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