Pé-de-Plátano19/04/2016 | 07h04
Iniciativa chega a oferecer cerca de 1,8 mil pratos de comida por mês a quem precisa
Dandara Flores Aranguiz
Quem vê Santa Soares Braga, 33 anos, com a panela na mão, não imagina pelo que ela já passou. Quando criança, ela e mais 12 irmãos enfrentaram muita necessidade e passaram fome até serem levados a um abrigo da cidade, onde viveram até a juventude. Por sentir na pele a dor de ter o prato e a barriga vazios, há cinco anos, ela deu início ao Projeto Semear, no bairro Pé-de-Plátano, que distribui refeições e alimentos a famílias carentes da região e também de outros bairros de Santa Maria.
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Hoje, Santa é casada, tem quatro filhos e é missionária de uma igreja. Em 2011, tocada pela fé e esperança de dias melhores, resolveu abrir as portas da casa e ajudar outras pessoas.
– Eu via a necessidade que as pessoas tinham. Eu também já passei muita fome, cheguei a me alimentar do lixo e pensei: por que não ajudar? Tem muita gente passando fome aqui na cidade. Nós levamos o alimento físico e espiritual. Nós ministramos a palavra na rua e entregamos os alimentos – explica Santa, que coordena o projeto.
Ao todo, cerca de 1,8 mil refeições são distribuídas por mês a pessoas das Vilas Presidente Vargas, Brener, Oliveira, Caramelo, do Beco do Beijo, de localidades como Passo das Tropas, Minuano, Passo da Capivara, e dos bairros Pinheiro Machado e Itararé. Para preparar as refeições, o projeto recebe, duas vezes por semana, doações de alimentos do programa Mesa Brasil, de supermercados parceiros, empresas e doações espontâneas.
Distribuições são feitas na sede do projeto e em casas de parceiros, nos demais bairros. (Foto: Jean Pimentel / Agência RBS)
Além disso, o grupo mantém um brechó e realiza risotos, churrascos e carreteiros para a vender aos finais de semana. A verba é toda revertida para a compra de alimentos que faltam para as distribuições.
Distribuições são feitas na sede do projeto e em casas de parceiros, nos demais bairros. (Foto: Jean Pimentel / Agência RBS)
Além disso, o grupo mantém um brechó e realiza risotos, churrascos e carreteiros para a vender aos finais de semana. A verba é toda revertida para a compra de alimentos que faltam para as distribuições.
– As pessoas nos procuram e nós realizamos um cadastro de quem realmente precisa. A prioridade é para famílias com crianças, idosos, viúvos ou pessoas que tenham algum tipo de enfermidade. Nesses cinco anos de projeto, a gente percebeu que faltam também carinho, amor e atenção – comenta Santa.
Mareli Goulart dos Santos é voluntária há pouco mais de um ano. Na sexta-feira, ela, Santa e mais três mulheres fizeram a comida para cerca de 50 pessoas que foram até o local retirar as refeições:
– A vontade de ajudar é grande, mas, sozinhos, pouco nós podemos fazer. Juntando mais pessoas e formando uma equipe boa, a gente vai longe – diz.
Para quem recebe, a ajuda faz a diferença.
– Meu marido se acidentou e não pode trabalhar, e eu não consigo dar conta de tudo. Aqui, eles são muito prestativos, e sou bem atendida. A gente vê que é um projeto sério – afirma Danir Leite Schultz, 70 anos, moradora do bairro.
PARA AJUDAR
São aceitas roupas, calçados e alimentos
Endereço – Avenida Oy Pavão, 580, no bairro Pé-de-Plátano (perto da Liquigás)
Telefone – (55) 8412-9077 e 8140-0575
São aceitas roupas, calçados e alimentos
Endereço – Avenida Oy Pavão, 580, no bairro Pé-de-Plátano (perto da Liquigás)
Telefone – (55) 8412-9077 e 8140-0575
DIÁRIO DE SANTA MARIA
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