sexta-feira, 13 de maio de 2016

Porto Alegre / RS: Ala psiquiátrica do Hospital Parque Belém é interditada em Porto Alegre

12/05/2016 16h23 - Atualizado em 12/05/2016 17h41

Vigilância Sanitária constatou falta de atividades ocupacionais e de lazer.

Doze pessoas estão internadas e terão de ser transferidos ou receber alta.

Do G1 RS
A Vigilância Sanitária interditou a ala psiquiátrica do Hospital Parque Belém, na Zona Sul de Porto Alegre, na tarde de quinta-feira (12). Entre as irregularidades estão a falta de atividades ocupacionais de lazer e serviços de assistência social. Os fiscais também apontaram a inexistência de carimbo dos médicos nas prescrições e até no plano de alta dos pacientes.
O Parque Belém é um hospital privado e não atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

Além disso, foi constatada a infestação por cupins das instalações físicas, o que já afeta teto, paredes e portas e janelas. Com a interdição, o hospital não pode mais receber novos pacientes. Apenas 12 pessoas ainda estavam internadas, conforme a última vistoria realizada pela Secretaria de Saúde. Eles deverão ter alta ou serem transferidos para outros hospitais. A vistoria apontou ainda a ausência de profissional médico no plantão.
O Sindisaúde, entidade que representa os funcionários, concordou com a interdição. Segundo o presidente, os problemas foram causados por má gestão. O sindicato defende que o hospital seja encampado pela prefeitura, para ajudar a desafogar as emergências superlotadas.
O presidente do Sindisaúde, Arlindo Ritter, afirmou que o "único que pode salvar o hospital é o gestor municipal", no caso a Prefeitura de Porto Alegre. "O hospital é privado e tem que ter transparência que lá não tem, lá há um desvio de recursos para outras áreas outras finalidades com recurso público, não tem transparência. No meu ponto de vista, tem que ficar fechado."

Em agosto do ano passado, uma reportagem da RBS TV mostrou que o Parque Belém estava ocioso. E toda uma ala com 242 leitos e salas de cirurgia recém reformadas, além da emergência, nunca tinham recebido pacientes.
O hospital havia sido reformado para funcionar como retaguarda para as emergências dos maiores hospitais da capital, mas isso nunca funcionou. A instituição, que é privada, vivia uma crise financeira há pelo menos três anos.

Hospital vai tentar reverter situação
O presidente da mantenedora do hospital, Luiz Augusto Pereira, disse que vai tentar reverter a decisão. "O Hospital Parque Belém vem sendo maltratado há muito tempo pela Secretaria Municipal de Saúde, nós temos contas rejeitadas, por motivos irrelevantes; não temos recursos repassados e há cinco meses não encaminham nenhum paciente para o hospital." 
O dirigente classifica o hospital como "vítima" de um processo de deterioração por falta de recursos. "Nós tínhamos 450 funcionários e hoje são 60. Eles não nos mandam trabalho, não tínhamos como manter a equipe."

Pereira negou que não são feitas atividades ocupacionais de lazer e serviços de assistência. "Isso não é verdade, temos psicólogos e assistentes sociais contratados, que faz atividade lúdica com eles. Os pacientes fazem caminhada. Eles estão mal informados."

Sobre a falta de carimbos nas prescrições, o presidente reconheceu que "eventualmente" poderia acontecer. "É um único médico, outros são de plantão." Considerou como uma "baita bobagem" a infestação de cupins. "Essa área não tem cupim, pode ter sido em um marco de uma porta, mas não uma infestação." Por último, disse que existem médicos plantonistas, que pode chegar a dois por dia.

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