sexta-feira, 13 de maio de 2016

Três Passos / RS: Com salários atrasados, corpo clínico de hospital pede demissão no RS

13/05/2016 08h52 - Atualizado em 13/05/2016 09h02

Consultas e cirurgias estão sendo canceladas no hospital de Três Passos.

Dívidas somam R$ 5 milhões e salários dos funcionários estão atrasados.

Do G1 RS
Toda a equipe médica de um Hospital de Caridade de Três Passos, no Noroeste do Rio Grande do Sul, pediu demissão da instituição, que sofre com a falta de recursos. As dívidas somam R$ 5 milhões e há meses o salário dos funcionários está atrasado. Por conta disso, consultas e cirurgias estão sendo canceladas.
Hospital de Caridade de Três Passos (Foto: Reprodução/RBS TV)Equipe médica do Hospital de Caridade de Três
Passos se demitiu (Foto: Reprodução/RBS TV)
A dona de casa Thais Bierger passou a sofrer com dores e febre depois da gravidez. Duas consultas e um ultrassom marcados para investigar as causas da doença foram canceladas. “Tem que cuidar da bebê com dor, não posso tomar qualquer medicação porque eu amamento, e agora não sei que passo tomar”, afirma.
Conforme o hospital 1 mil consultas e 130 cirurgias eletivas foram canceladas para clínica médica, cirurgia geral, ginecologia, obstetrícia, ortopedia, neurologia, anestesiologia e traumatologia.
O hospital é referência para 26 municípios, e só na área de ortopedia atende cerca de 500 pessoas mensalmente, além de abrira a única UTI da região. Além da demissão dos médicos, se os repasses não ocorrerem até o final do mês de maio, os atendimentos podem ser suspensos.
Thais Bierger dona de casa hospital Três Passos (Foto: Reprodução/RBS TV)Thais Bierger reclama de consultas canceladas
(Foto: Reprodução/RBS TV)
Além dos médicos que atuavam no setor de UTI, outros três médicos que trabalhavam na urgência e na emergência, também pediram demissão. Na segunda-feira (9) todo o corpo clínico também assinou demissão coletiva e já cumpre aviso prévio.
“O atraso de quase meses no pagamento, então, como paralisações não estavam mais surtindo efeito, a decisão do corpo clínico foi de uma demissão coletiva, porque para o médico poder parar de atender, sem receber, só se demitindo”, afirma o diretor técnico Silvio da Silva Neto.
A dívida chega a mais de R$ 5 milhões junto ao Banrisul e à Caixa Econômica Federal, por conta de empréstimos para o pagamento de salários, mas por conta dos atrasos no pagamento das parcelas não há mais crédito.
Para a administração o repasses de R$ 2,3 milhões de incentivos atrasados, R$ 100 mil por exames de mamografia, R$ 91 mil para o Samu poderiam amenizar a situação.

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