terça-feira, 7 de junho de 2016

Santa Maria / RS: Os moradores do bairro Tomazetti querem segurança

Diário nos Bairros: Eleições 201606/06/2016 | 06h15Atualizada em 06/06/2016 | 20h59

Tomazetti gostaria de ter a Guarda Municipal ou outra solução para combater a insegurança

Os moradores do bairro Tomazetti querem segurança Jean Pimentel/Agencia RBS
Foto: Jean Pimentel / Agencia RBS
Foi sentado em frente à casa simples de alvenaria, com uma cuia de chimarrão na mão, que encontramos seu Adão Alves de Andrade, 79 anos, na Rua Catharina, bairro Tomazetti. Bastou puxar o assunto "eleições municipais" para o servidor público aposentado começar a contar as histórias dos tempos em que trabalhava na então Secretaria de Obras da prefeitura, nos idos das décadas de 1970, 1980 e 1990. 
Contou como trabalhou na construção do Parque Itaimbé e de outros pontos importantes da cidade. E também como viu as coisas mudarem no bairro onde mora há 56 anos. Acompanhou a chegada de mais e mais moradores, o surgimento de novas casas, a abertura de ruas, o asfaltamento do acesso principal ao bairro. Mas, infelizmente, nos últimos tempos, também tem visto a criminalidade aumentar no lugar.
É de difícil entendimento para a população, de qualquer faixa econômica ou idade, que o município se isente da responsabilidade sobre a segurança pública. Constitucionalmente, segurança é dever dos Estados. E, aqui, não estamos falando deste ou daquele mandato. 
Historicamente, os governos municipais alegam que assumem carga maior de responsabilidade do que deveriam em relação aos governos estadual e federal. No senso comum, a prefeitura deveria, sim, ter um mecanismo de controle e combate à criminalidade. 
E esse mecanismo deveria ser a Guarda Municipal. Ao mesmo tempo em que foi motivo de comemoração, o início das atividades da Guarda Municipal em Santa Maria, em junho de 2012, trouxe a expectativa que a medida reverteria em maior segurança à comunidade, o que acabou não se concretizando para a maior parte da população, que fica à margem do Centro, por onde circulam e atuam os agentes. 
Por dificuldades estruturais, déficit de pessoal ou limite de atuação, o fato é que os guardas municipais ficaram restritos às praças centrais, sede da prefeitura e, eventualmente, quando a situação fica crítica, alguma escola municipal da periferia. Quando são vistas, as rondas das viaturas se restringem às ruas centrais.

600 moradores ouvidos elegem as prioridades dos 41 bairros
Como há grande chance de a questão da segurança aparecer como prioridade de grande parte dos bairros visitados pela nossa reportagem, obviamente, o próximo prefeito não conseguirá atender a todos com a presença da Guarda Municipal. E também não ajudaríamos na solução do problema cobrando essa demanda do eleito. O grande desafio é, justamente, que sejam encontradas alternativas viáveis que possam, se não resolver, ao menos amenizar o problema que tanto aflige os moradores do bairro. 
Com um jeitão rural

O Tomazetti, vizinho do Lorenzi, é o bairro mais ao sul de Santa Maria, próximo à área rural do município. Essa sensação de interior fica bem evidente quando percorremos o bairro, principalmente nos locais onde estão sendo construídos novos condomínios, como no Parque das Oliveiras e Real Park e no entorno do Moradas do Lago e Céu Azul. Na parte mais habitada, ou mais antiga, do bairro, a maioria das ruas é calçada, com um ou outro buraco. A iluminação pública é boa, o que não livra o bairro de ruelas de chão batido, becos e alguns terrenos baldios que contrastam com o asfalto dos principais acessos.

Há escolas que atendem as crianças da Região Sul e linha de ônibus urbano. Tudo isso dá a ideia de que não há muitos problemas a serem combatidos. Ideia essa que é reforçada pelo potencial econômico do local, que conta com a presença de grandes empresas localizadas às margens da BR-392. Mas, basta uma conversa mais alongada com os moradores, para detectar o que realmente tem preocupado a comunidade: a falta de segurança. 
Nilvia Dumke é dona de um mercadinho no bairro e conta que mudou a rotina por causa da insegurança.
– Não resolve colocar grade, porque eles obrigam a abrir. Então, passei a fechar mais cedo – relata a comerciante que já foi assaltada três vezes.
É por isso que essa foi a prioridade citada pela ampla maioria dos moradores ouvidos pelo Diário entre os dias 5 e 6 de abril. 

A solução, para quem mora no lugar, seria a presença da Guarda Municipal que, há tempos, segundo os moradores, não é vista por lá. Mas, mais do que isso, o pedido é que o próximo comandante de Santa Maria se empenhe em perseguir soluções viáveis para ajudar a comunidade no seu principal anseio, mesmo que não seja da prefeitura a responsabilidade pela segurança pública.  

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