Escola no Noroeste gaúcho oferece meia maçã de merenda para alunos.
Mudança no processo de compra deixou método mais caro e burocrático.
No Noroeste do Rio Grande do Sul, uma mudança no processo de compra da merenda escolar está deixando alunos com alimentação improvisada nas instituições de ensino de 11 cidades da região. Desde o início do ano letivo, a aquisição da comida deixou de ser municipalizada e passou a ser escolarizada. Antes, a prefeitura comprava em grande quantidade para as escolas municipais e estaduais, e isso barateava o custo total.
Agora, cada escola faz a compra isolada da quantidade necessária para atender os alunos, o que encarece e torna o processo mais burocrático. O Centro Integrado de Educação Pública, em Santa Rosa, recebeu no mês de abril, cerca de R$ 2,4 mil para comprar itens para as refeições de 350 alunos.
Segundo a direção, R$ 0,30 por aluno é insuficiente para comprar a merenda escolar. O valor ainda precisa ser repartido para o turno integral, assim como o lanche oferecido: meia maçã. "A escola hoje está oferecendo três lanches. Nós não estamos conseguindo fornecer o almoço ainda. E esses lanches são oferecidos com a verba que vem do governo, que não é suficiente. Nós estamos complementando com o dinheiro do caixa da escola", conta a diretora Leonilda Bruisma.
Nesta terça-feira (12), professores estaduais fecharam um dos trevos de acesso e uma das principais avenidas de Santa Rosa. Eles também protestaram contra medidas do governo, como o parcelamento de salários, e contra o planto de saúde oferecido.
"Lutamos por educação de qualidade, que também passa por valorização daqueles que estão lá, que são os nossos queridos estudantes que merecem tudo de bom. É por eles que nós fizemos a nossa luta e não poderia ser diferente nessa questão da merenda”, conta Fátima Regina Presotto, diretora do sindicato dos professores estaduais do município.
A Coordenadoria Regional de Educação disse que as escolas de tempo integral recebem o mesmo valor para merenda desde 2012. Um estudo está sendo feito para aumentar esse valor, que está defasado. Mesmo assim, as escolas ainda não receberam parte do valor, mas devem receber em cerca de três semanas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário