sexta-feira, 13 de maio de 2016

Porto Alegre / RS: Escolas são ocupadas por alunos, pais e professores em Porto Alegre

13/05/2016 06h41 - Atualizado em 13/05/2016 09h19

Eles pedem melhores condições e a contratação de professores.

A última ocupação ocorreu na escola estadual Júlio de Castilhos.

Bernardo BortolottoDa RBS TV
Pelo menos cinco escolas estaduais foram ocupadas por alunos, pais e professores em Porto Alegre. Eles pedem melhores condições para estudar ao mesmo tempo em que as unidades de ensino reclamam de atrasos nos repasses por parte do goveno gaúcho desde janeiro. A Secretaria Estadual de Educação, no entanto, afirma que já foi feito o depósito da parcela referente ao mês de março.
A última escola ocupada foi a  Júlio de Castilhos, mais conhecida como Julinho, uma das maiores do estado, onde cerca de 50 estudantes passaram a madrugada desta sexta-feira (13).
Alunos durante ocupação em uma das esolas estaduais de Porto Alegre (Foto: RBS TV/ Reprodução)Alunos durante ocupação em uma das esolas
estaduais da capital (Foto: RBS TV/ Reprodução)
Desde o começo de 2015 o estado do Rio Grande do Sul vive uma grave crise financeira, que acarreta no frequente parcelamento de salários e contenção de gastos, que tem provocado reação dos servidores estaduais.
Nesta sexta-feira será realizada uma assembleia do Sindicato dos Professores do estado onde será discutida a possibilidade de greve.
Na frente das escolas foram colocados cartazes com os motivos do protesto, como visto na escola técnica Ernesto Dornelles.
Na escola Agrônomo Pedro Pereira, na Zona Leste da capital, a ocupação é realizada por 70 estudantes. Eles não permitiram a entrada da imprensa. Os alunos que tinham aulas na tarde de quinta-feira (12) foram liberados mais cedo, o que gerou revolta entre alguns dos pais.
Escola Júlio de Castilhos foi ocupada durante a noite de quinta-feira (Foto: RBS TV/ Reprodução)Escola Júlio de Castilhos foi ocupada durante a
noite de quinta-feira (Foto: RBS TV/ Reprodução)
“A biblioteca e a informática há mais de dois não tem servidores para trabalhar nestas áreas. A gente está com as salas fechadas, não tendo acesso do aluno”, disse o vice-presidente do grêmio estudantil, Antônio Henrique Fonseca Porto.
Os responsáveis pela ocupação na escolaAgrônomo Pedro Pereira pedem a retirada de um projeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, que autoriza a parceria do governo gaúcho com entidades sem fins lucrativos em diversas áreas de ensino e gestão.
“A gente não tem data para sair de dentro, a gente vai sair daqui quando o Projeto de Lei 44, de 2016, for revisado e reprovado pela assembleia”, afirma Isabela Luzardo Monteiro, que faz parte da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas.
Alunos da escola Padre Reus, na Zona Sul de Porto Alegre, também passaram a noite na escola. Eles se reuniram no pátio da unidade de ensino e se recusaram a falar com a imprensa.
A Secretaria de Educação diz que está monitorando as ocupações e que tenta o diálogo antes de adotar outras medidas. “Essa é a nossa postura, de conversar, negociar, escutar, tentar atender às reivindicações para depois, se não voltar o curso normal das aulas, aí sim, se for o caso, adotar outras providências”, afirma o secretário adjunto de Educação, Luis Antônio Alcoba de Freitas.
Na escola Afonso Emilio Massot a mobilização começou ainda na quarta-feira (11) com a participação de pais e professores. A Secretaria de Educação informou que foram depositados, na quinta-feira (12), R$ 40 mil na conta da escola, e garantiu que dois professores já foram contratados.
A Secretaria de Fazenda informou que depositou R$ 5 milhões na conta de escolas estaduais, verba prevista para o mês de março. Mas muitas unidades de ensino alegam que não receberam os repasses referentes aos meses de janeiro e fevereiro.
O secretário adjunto de Educação afirmou que fará uma visita aos alunos que ocuparam a escola Júlio de Castilhos.

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