quarta-feira, 18 de maio de 2016

Porto Alegre / RS: Porto Alegre perde mais de 200 leitos em hospitais, aponta CFM

17/05/2016 20h46 - Atualizado em 17/05/2016 20h46

Por outro lado, o Rio Grande do Sul ganhou mais de 800 leitos.

Situação pode ser explicada por corte nas verbas do governo federal.

Do G1 RS
Um levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) aponta que em cinco anos Porto Alegre perdeu 206 leitos hospitalares. Por outro lado, o Rio Grande do Sul ganhou mais de 800 leitos entre 2010 e 2015. O motivo foi um corte de verbas do governo federal, ocorrido no final do ano passado pelo Ministério da Saúde, como mostra reportagem do RBS Notícias (veja no vídeo)

Só no Hospital Beneficência Portuguesa, foram R$ 2,5 milhões, resultando em uma redução de 50 leitos do SUS e um plano de reorganização do atendimento. O presidente da instituição, José Antonio de Souza, observa que foi preciso se organizar. "Redesenhando os processos vendo as verbas existentes, localizando onde estão os pontos de estrangulamento e procurando dentro do que se dispõe de ver atender o maior número de pessoas possível."
O Conselho Regional de Medicina (Cremers) diz que a queda no atendimento vem se acentuando e culpa a administração do dinheiro público. Por isso, o conselho diz, por exemplo, que o governo federal deveria ser obrigado por lei a se comprometer com o envio de recursos para a saúde.
Para o presidente do Cremers, Rogério Wolf de Aguiar, é preciso aumentar o volume de impostos repassados pelo governo federal. "Para o estado e para o município sobram as tarefas que não podem arcar. Então nós vivemos diariamente na discussão da miséria." 

A Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre diz que os dados usados na pesquisa não estão atualizados. Mas não nega que a capital tem menos leitos para internação do de que precisa. "A gente vai tentar otimizar os leitos que a gente tem, tentando gerenciar o melhor recurso para necessidade do paciente e, se conseguirmos, dentro da política ministerial, recursos para viabilizar a contratação de novos leitos, nós o faremos", explica a coordenadora da atenção hospitalar de Porto Alegre, Tatiana Breyer.

Camila Costa Nascimento conta que sua irmã teve uma fratura no pé, mas a pele em torno do ferimento começou a escurecer. Com medo, a paciente procurou atendimento há duas semanas, mas conseguiu a internação somente nesta segunda-feira (16), e terá de passar pela amputação de um dedo.

"Achávamos que era uma fratura, agora está partindo para uma amputação. Ela vai perder um dos dedos, e certo não tem condições e visível e tem mais dois dedos que esta a caminho ", diz Camila. Os médicos vão avaliar se a paciente precisa de cirurgia.

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