quinta-feira, 5 de maio de 2016

Sul / BR: MP prende sete e apreende toneladas de alimentos estragados no RS

05/05/2016 08h15 - Atualizado em 05/05/2016 08h15

Alimentos seriam entregues em presídios e instituições de assistência social.

Alvos foram empresas que forneciam material; ação ocorreu no RS, PR e SC.

Do G1 RS
Uma investigação do Ministério Público prendeu toneladas de alimentos estragados, que seriam entregues em presídios e instituições beneficentes do Rio Grande do Sul. Cacos de vidro foram encontrados dentro da comida que seria consumida por detentos. Durante a operação, realizada na quarta-feira (4), sete pessoas foram presas.
A ação foi deflagrada em Santo Ângelo, Santa Rosa, São Borja, Cacequi e Santa Maria, no estado, em Chapecó, em Santa Catarina e Lupinópolis, e Londrina, no Paraná, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Os alvos foram empresas responsáveis por fornecerem alimentos a instituições públicas.
Fornecia produtos de péssima qualidade, produtos estragados, produtos mofados, produtos com insetos, produtos impróprios para o consumo, e pior que isso, com alto grau de nocividade a saúde"
Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Fabiano Dallazen
Uma tonelada de queijo mofado, quatro carcaças de boi abatido irregularmente, além de arroz e feijão, impróprios para consumo, foram apreendidos. A Susepe fiscalizou os alimentos fornecidos na Penitenciária de Segurança Máxima de Charqueadas, na Região Carbonífera, e encontrou uma tonelada de alimentos, cujos lotes estavam sem data de validade ou com dupla data (de até dois anos atrás).
Conforme a investigação, duas empresas de Santa Rosa venceram licitações de órgãos do estado e de municípios para fornecerem alimentos. Elas adquiriam os produtos impróprios para o consumo humano e depois repassavam principalmente para casas prisionais.
“Fornecia produtos de péssima qualidade, produtos estragados, produtos mofados, produtos com insetos, produtos impróprios para o consumo, e pior que isso, com alto grau de nocividade a saúde”, diz o subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Fabiano Dallazen.
Queijos mofados foram encontrados (Foto: Ministério Público/Divulgação)Queijos mofados foram encontrados (Foto:
Ministério Público/Divulgação)
A investigação começou em março deste ano. A promotora Rosélia Vasconcellos Brusamarelo, responsável por fiscalizar casas prisionais, constatou que os alimentos chegavam sem condições de consumo. Em dois meses, foram apreendidas 20 toneladas de alimentos em dez presídios.
“Um feijão dentro do prazo de validade, aparentemente perfeito. Na análise foi encontrado cacos de vidro, e insetos também”, pondera ela.
Durante a operação, sete pessoas foram presas, entre elas dois empresários suspeitos de serem os mentores do esquema. O Ministério Público vai investigar agora como os alimentos eram recebidos nos presídios, sendo que alguns, visivelmente, não tinham condições de serem consumidos.
Sete pessoas foram presas em operação (Foto: Ministério Público/Divulgação)Sete pessoas foram presas em operação
(Foto: Ministério Público/Divulgação)
“Vamos ter que apurar caso a caso, houve casos em que nós já constatamos que os funcionários da Susepe verificaram que determinados alimentos estavam inapropriados e pediram a troca”, analisa o promotor de Justiça, José Garibaldi Evangelho Simões Machado.
Além de presídios, os produtos eram distribuídos a instituições de assistência social ligados aos municípios. Uma delas é uma cozinha comunitária de Ijuí, no Norte. Em nota, o município garante que recebeu somente produtos dentro do prazo de validade e os que tinham aparência duvidosa imediatamente eram substituídos. A prefeitura está rescindindo o contrato com as empresas investigadas.

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